A maioria dos deputados e senadores de Mato Grosso tem se posicionado publicamente a favor da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes suspostamente invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília.
Dos oito deputados federais do Estado, sete defendem o perdão, sob a alegação de que as penas são desproporcionais e que muitos foram presos injustamente.
Apenas Emanuelzinho (MDB), vice-líder do governo Lula na Câmara, se opõe à proposta.
A defesa da anistia é liderada por nomes como Coronel Assis (União Brasil), Coronel Fernanda (PL), Gisela Simona (União Brasil), José Medeiros (PL), Juarez Costa (MDB), Nelson Barbudo (PL) e Rodrigo da Zaeli (PL), que argumentam que os condenados foram alvo de perseguição política e que é necessário distinguir manifestantes pacíficos de criminosos.
No Senado, os representantes de Mato Grosso seguem a mesma linha. Wellington Fagundes (PL), Jayme Campos (União Brasil) e Margareth Buzetti (PSD) manifestaram apoio ao perdão, embora Buzetti possa não votar se o titular da cadeira, Carlos Fávaro (PSD), retornar ao cargo.
Todos criticam o Supremo Tribunal Federal por aplicar penas que consideram duras demais, principalmente contra idosos e mulheres que, segundo eles, apenas protestavam.
A proposta de anistia busca assinaturas para que a matéria tramite em regime de urgência. A decisão final sobre a pauta, no entanto, cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Conforme a legislação brasileira, a anistia precisa ser aprovada pelo Congresso, ao contrário do indulto e da graça presidencial, que podem ser concedidos diretamente pelo chefe do Executivo.
A questão reacende polêmicas históricas. O instrumento da anistia tem raízes profundas no Brasil, com destaque para a lei de 1979, que perdoou crimes políticos cometidos durante a ditadura militar.
Apesar de considerada fundamental para a redemocratização, ela ainda é vista com reservas por ter beneficiado também agentes da repressão.
As penas impostas aos envolvidos nos atos de 2023 variam entre 3 e 17 anos e incluem acusações como tentativa de golpe de Estado, dano ao patrimônio público e associação criminosa armada.
A discussão sobre o perdão tem gerado forte repercussão nas redes sociais, com internautas mato-grossenses divididos entre a indignação com a defesa da anistia e o apoio à base bolsonarista.