A presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Samantha Iris, afirmou que as denúncias de que alguns vereadores teriam sido eleitos com o apoio de facções criminosas não serão investigadas pela comissão. Segundo a parlamentar, essa apuração cabe exclusivamente à polícia.
“Eu não vou entrar nessa discussão. Agora, meu foco está em tratar das comissões. Para mim, esse é um assunto encerrado. As denúncias foram feitas e o que deveria ter sido levado à polícia já foi encaminhado”, declarou Samantha à imprensa nesta quinta-feira (9).
Em novembro de 2024, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), trouxe a público denúncias sobre o suposto financiamento de campanhas eleitorais por organizações criminosas. Ele revelou ainda que alguns vereadores, cujos nomes não foram divulgados, teriam recebido ofertas de até R$ 200 mil para votar na Mesa Diretora conforme as orientações de uma facção.
As denúncias levaram o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), a instaurar um procedimento investigativo. À época, o procurador de Justiça Domingos Sávio destacou a gravidade da situação, afirmando que as declarações do prefeito não eram levianas e refletiam uma realidade preocupante.
“O crime organizado, de fato, vem se mobilizando em todo o Brasil para se infiltrar nas estruturas da administração pública. A denúncia feita pelo prefeito Abilio não surpreende, considerando o histórico de tentativas de organizações criminosas de ocupar espaços no poder público”, disse Domingos.
O caso segue sob investigação policial e do MPMT, enquanto a CCJR da Câmara Municipal decidiu não se envolver na apuração.