A perda de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se acentua em 2025, com 62% dos brasileiros afirmando que ele não deveria tentar a reeleição em 2026, segundo pesquisa Ipec divulgada em fevereiro. O dado revela o agravamento da crise de popularidade, especialmente entre eleitores que votaram em Lula em 2022. Agora, 32% dos lulistas são contrários a um quarto mandato, um aumento de oito pontos percentuais desde novembro de 2024.

Críticas crescentes entre lulistas Entre aqueles que votaram em Lula, o motivo mais citado para rejeitar sua reeleição é o desempenho: 36% afirmam que ele "não está fazendo um bom trabalho", uma alta de 11 pontos entre os próprios lulistas desde novembro. Outros 5% apontam que ele "não é um bom administrador", 5% criticam o aumento de impostos, 2% citam a inflação e 2% reclamam do descumprimento de promessas. Somando esses fatores, metade (50%) dos que se opõem à reeleição o fazem devido à gestão de governo.

Desgaste da imagem e perda de apoio histórico O desgaste da imagem também pesa: 17% dos entrevistados citam a idade de Lula, 11% dizem que ele "já teve sua chance", 7% pedem renovação e 3% lembram que ele havia prometido não se candidatar novamente.

Queda entre os mais pobres e no Nordeste Lula perdeu apoio em suas bases históricas. Entre eleitores com renda de até um salário mínimo, 52% agora são contrários a sua reeleição, revertendo a maioria que o apoiava em novembro. No Nordeste, região crucial para sua vitória em 2022, o apoio caiu de 56% para 48%, enquanto a rejeição subiu sete pontos, atingindo 49%.

Cenário desafiador para 2026

A pesquisa Ipec aponta que o maior obstáculo para Lula é a percepção de um governo sem entregas relevantes. Analistas destacam que, para reverter a tendência, Lula precisaria promover mudanças reais na gestão, além de ajustes na comunicação. Sem isso, o risco de que os ventos da mudança prejudiquem sua tentativa de um quarto mandato cresce, com a possibilidade de que a sucessão acabe favorecendo um nome alternativo do PT, como Fernando Haddad.

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