Uma carta escrita pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, circulou entre governistas e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último domingo (16). No documento, o criminalista, que tem trânsito nos bastidores do poder, avalia que Lula mudou em seu terceiro mandato e aponta dificuldades na articulação política do governo.
Kakay relata que interlocutores próximos ao Planalto expressam dificuldades para ter acesso ao presidente e criticam seu isolamento. “Mas o Lula do 3º mandato, por circunstâncias diversas, políticas e principalmente pessoais, é outro. Não faz política. Está isolado. Capturado. Não tem ao seu lado pessoas com capacidade de falar o que ele teria que ouvir”, escreveu.
O advogado também demonstra preocupação com a viabilidade eleitoral do petista em 2026, apontando que a reeleição estaria em risco diante do atual cenário político.
“Já fico olhando o quadro e torcendo para o crescimento de uma direita civilizada. Com a condenação do Bolsonaro e a prisão, que pode se dar até setembro, nos resta torcer para uma direita centrista, que afaste o fascismo”, admitiu.
A carta surge em meio à queda de popularidade do presidente, que tem gerado preocupação dentro do PT e de sua base aliada. Pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (14) mostrou que a aprovação de Lula caiu para 24%, uma queda de 11 pontos percentuais em relação ao último levantamento, de dezembro de 2023. Trata-se do menor índice de aprovação em seus três mandatos.
Outro levantamento, divulgado no sábado (15) pelo Ipec, revelou que 62% dos brasileiros acreditam que Lula não deveria concorrer à reeleição.
No documento, Kakay chama atenção para o dado e levanta um questionamento: “Prestei atenção nesta [pesquisa] que indica que 62% não querem que Lula seja candidato à reeleição. A pergunta é: quem é seu sucessor natural?”, questionou o advogado.
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