O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), expressou sua satisfação com a recente reunião realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com governadores de todo o país para debater propostas de combate ao crime organizado. Mendes, que estava em viagem internacional na ocasião, foi representado pelo vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
Apesar de elogiar a iniciativa de Lula, o governador fez críticas contundentes à ausência de propostas concretas na reunião. Segundo ele, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ainda não oferece soluções suficientemente eficazes para enfrentar a criminalidade organizada no Brasil.
Mendes comparou o combate ao crime organizado a um "tratamento falho" para um "câncer" que aflige o país. Ele argumentou que as medidas atuais se assemelham a um remédio paliativo para a dor, incapaz de oferecer uma cura real para o problema. “É como se nós tivéssemos um paciente em câncer. Hoje, o crime organizado é esse câncer no Brasil, e nós estamos falando em dar mais uma Neosaldina, uma dipirona, um remédio pra dor”, disse o governador.
O encontro, realizado em 31 de outubro, contou com a presença de ministros e integrantes dos três poderes da República, com o objetivo de repensar o pacto federativo em relação à segurança pública. A PEC sugere a criação de um fundo nacional de segurança pública e a instituição de uma polícia ostensiva federal, que atuaria de forma similar às polícias militares estaduais, partindo da estrutura da atual Polícia Rodoviária Federal.
Para Mauro Mendes, no entanto, é preciso uma reflexão mais profunda e corajosa para lidar com as organizações criminosas no país. Ele alertou que, sem ações mais decisivas, cenas de violência e desrespeito ao Estado continuarão a se repetir.