Na manhã desta segunda-feira (2), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), acusou o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), de utilizar o pedido de intervenção na saúde da capital como estratégia para desviar o foco do que classificou como um “caos” na segurança pública do Estado.
A declaração foi dada durante entrevista ao programa Tribuna da rádio Vila Real.
Segundo Pinheiro, o pedido de intervenção, formalizado em ofício ao procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Júnior, busca encobrir o avanço das facções criminosas no Estado e a crise de segurança que afeta tanto presídios quanto os municípios.
“Toda vez que o Estado está com problemas, tentam desviar o foco para a gestão Emanuel Pinheiro. As facções criminosas dominando tudo”, afirmou o prefeito, referindo-se a organizações como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além da Tropa do Castelar, grupo originado no Mato Grosso.
Emanuel criticou ainda a demissão do coronel Alexandre Mendes, ex-comandante geral da Polícia Militar, chamando-a de tentativa de transferir responsabilidades pela crise de segurança.
Segundo ele, o governo estadual também busca culpar a gestão municipal pelas dificuldades no setor de saúde, após a estadualização da regulação de urgência e emergência em 2023.
No entanto, o Ministério Público não descarta um novo pedido de intervenção na saúde municipal, que já esteve sob controle do Estado por dez meses no ano passado.
No ofício enviado pelo governo estadual, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES/MT) alega enfrentar sérios problemas, incluindo negativas de vagas nas unidades municipais para pacientes da rede estadual.
A segurança pública de Mato Grosso continua sendo alvo de críticas e preocupações, com o Estado liderando índices alarmantes de feminicídio, conforme o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública.