Em uma decisão que sinaliza o crescente distanciamento entre o Brasil e a Nicarágua, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira, 8, a expulsão da embaixadora nicaraguense no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu.

A medida foi tomada em resposta à ordem da ditadura de Daniel Ortega, que havia solicitado a saída do embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa, do país.

O Itamaraty justificou a expulsão com base no princípio da reciprocidade, uma prática comum nas relações diplomáticas que estabelece que ações semelhantes devem ser respondidas de maneira equivalente.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores informaram que o embaixador brasileiro deve deixar a Nicarágua ainda hoje.

A tensão entre os dois países aumentou após a ausência de Ortega na comemoração dos 45 anos da Revolução Sandinista, um evento que é tradicionalmente importante para o governo nicaraguense.

Esta falta de participação foi interpretada como um desdém, levando a ditadura a tomar a medida drástica contra o diplomata brasileiro.

O governo brasileiro, ao se deparar com a notificação da expulsão, chegou a solicitar que a Nicarágua reconsiderasse a decisão, mas não obteve resposta.

A expulsão de embaixadores é considerada um gesto grave em linguagem diplomática e reflete o esfriamento das relações entre Lula e Ortega, que já tiveram um histórico mais próximo.

A relação entre os dois líderes se tornou mais tensa nos últimos meses, especialmente devido à repressão do governo nicaraguense contra padres e bispos, o que gerou preocupações internacionais sobre a liberdade religiosa e os direitos humanos no país.

A atual crise diplomática pode afetar ainda mais o diálogo entre Brasil e Nicarágua, colocando em evidência as divergências políticas entre os dois governos.

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