O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a protagonizar uma declaração polêmica envolvendo mulheres. Durante discurso no Encontro Internacional da Indústria da Construção, realizado na última terça-feira (8), em São Paulo, Lula referiu-se à diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, como “mulherzinha”.
A fala aconteceu enquanto o presidente relembrava um episódio de maio de 2023, durante a Cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão, onde se encontrou com a economista búlgara. Ao relatar a conversa, Lula usou o termo considerado pejorativo e fez gestos imitando a fala da diretora do FMI.
— E lá [em Hiroshima] eu encontro com uma mulherzinha, sabe, presidenta do FMI, diretora-geral do FMI, nem me conhecia — disse Lula, arrancando risos da plateia.
Em seguida, reproduziu o que teria sido dito pela economista na ocasião:
— "Presidente Lula, presidente Lula, você sabe que tá difícil a coisa pro Brasil, o Brasil só vai crescer 0,8%”. Eu falei: “Você nem me conhece, eu não te conheço, sabe?, como é que você fala que o Brasil vai crescer 0,8%?” — relatou.
Lula também criticou economistas e especialistas que fazem projeções pessimistas sobre o crescimento do país, acusando-os de “professores de Deus” e “donos da verdade”.
— Tá cheio de especialista nesse país, não tem um especialista para dar um palpite bom, é só para dizer desgraça. A economia só vai crescer 1,5%, ela não vai crescer 3,4% — ironizou o presidente.
A declaração repercutiu negativamente nas redes sociais e foi criticada por comentaristas e parlamentares, que apontaram machismo e desrespeito à autoridade da diretora do FMI. O episódio se soma a uma série de outras falas controversas do presidente sobre mulheres, incluindo referências à aparência de parlamentares e lideranças femininas.
Até o momento, o Palácio do Planalto não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
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