Após se tornar oficialmente réu por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um duro discurso nesta terça-feira (26) em que voltou a atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou ter sido perseguido durante as eleições de 2022. Segundo ele, houve “jogo pesado” das instituições em favor do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Durante as eleições de 2022, o TSE influenciou, jogou pesado contra eu e a favor do candidato Lula”, declarou. Em tom de desabafo, Bolsonaro citou conteúdos que, segundo ele, foram proibidos de serem veiculados durante a campanha.
“Eu não pude mostrar imagens do Lula defendendo o aborto. Eu não pude mostrar imagens do Lula falando que o pobre coitado rouba um celular para tomar uma cervejinha. Eu não pude mostrar imagens do 7 de setembro. Imagens do enterro da Rainha Elizabeth, de parte do meu discurso na ONU. O Lula ao lado de ditadores”, afirmou.
O ex-presidente também criticou a decisão do TSE de vetar conteúdos relacionados à presença de Lula no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. “Ele foi no Morro do Alemão, se reuniu com líderes comunitários que são eleitos com apoio do tráfico. Eu não pude mostrar nada”, acusou.
Segundo Bolsonaro, houve uma clara interferência nas mídias durante a reta final da campanha. “Um milhão e meio de inserções da rádio foram negadas. Nordeste especial, a grande parte lá, não apareceu. E como fomos reclamar, ainda fomos advertidos. Culpando a nós”
A fala ocorre no momento em que o ex-presidente enfrenta seu processo mais grave até agora: ele foi tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado, no inquérito que apura a tentativa de deslegitimar o resultado eleitoral e manter-se no poder mesmo após a derrota nas urnas.
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