Um estudo recente revelou que o crescimento da população evangélica no Brasil segue em ritmo acelerado, com projeções indicando que, até 2026, o Centro-Oeste terá uma maioria evangélica.
A pesquisa, intitulada “Vai na fé! O impacto eleitoral do crescimento dos evangélicos”, foi conduzida pela Mar Asset Management e divulgada em janeiro.
De acordo com o levantamento, alguns estados já são majoritariamente evangélicos, como Rondônia, Amazonas, Espírito Santo e Acre.
Em 2022, Rondônia já contava com 52% de sua população formada por evangélicos, enquanto o Amazonas registrava 50%. No Espírito Santo, o índice era de 47%, e no Acre, 46%.
As projeções indicam que, até 2026, o número de estados com maioria evangélica aumentará para oito, incluindo Amapá e Rio de Janeiro. Rondônia e Amazonas deverão atingir 58% de população evangélica, seguidos pelo Amapá (53%), Espírito Santo (52%), Acre (51%) e Rio de Janeiro (46%).
Em termos nacionais, a estimativa é que os evangélicos representem 35,8% da população brasileira até 2026.
O levantamento mostra que o crescimento evangélico ocorre de forma consistente em todas as regiões do Brasil.
Desde 2010, não houve estagnação ou queda no número de fiéis em nenhum estado. Até o final de 2023, cerca de 74 milhões de brasileiros se identificavam como evangélicos.
A região Norte deve alcançar 48% de evangélicos, enquanto o Centro-Oeste chegará a 43%. O Sudeste e o Sul terão 38% e 31%, respectivamente, enquanto o Nordeste será a região com o menor índice, com 29%.
Outro aspecto destacado pela pesquisa é o crescimento da infraestrutura religiosa evangélica no país. O número de templos dobrou na última década, ultrapassando 140 mil no ano passado.
Em média, 5 mil igrejas são abertas anualmente, e a expectativa é que novas denominações continuem surgindo até 2026.
Além do crescimento populacional e estrutural, o estudo também destaca o impacto político dos evangélicos.
De acordo com o economista Raphael Santos, que participou da pesquisa, essa parcela da população tende a votar alinhada com pautas conservadoras, especialmente em questões relacionadas aos costumes.
“Eles votam alinhados com pautas conservadoras e ligadas a costumes. Esses eleitores não querem optar por candidatos que defendem, por exemplo, o aborto”, explicou.
O crescimento evangélico no Brasil não apenas altera o perfil religioso do país, mas também influencia o cenário político e social, consolidando uma tendência que deve se intensificar nos próximos anos.