A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) foi anunciada como anfitriã da Abertura Nacional da Colheita da Soja 24/25. O evento acontecerá no dia 4 de fevereiro de 2025, na cidade de Sinop, norte do Estado. O anúncio foi feito durante o evento da Abertura Nacional do Plantio da Soja, realizado na última sexta-feira (11.10) em Açailândia, no Maranhão.
O vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier que esteve no evento falou sobre a importância da participação da entidade.
“Estamos finalizando o evento da abertura do plantio, aqui em Açailândia. Participamos num painel falando sobre a moratória e também sobre a lei antidesmatamento da União Europeia, que são temas relevantes ao produtor, temas que afetam diretamente o bolso do produtor, e mais uma vez a Aprosoja Mato Grosso participando do evento. E agora com a missão de sediar no nosso estado a abertura nacional da colheita em um ano especial, em que nossa entidade comemora os 20 anos”, disse Bier.
Durante o evento, o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol, também destacou a relevância das discussões e a importância da sustentabilidade para os produtores de Mato Grosso. “Tivemos importantes debates e destacamos a moratória da soja. A Aprosoja Mato Grosso teve uma vitória essa semana, onde mostra que o produtor mato-grossense produz com sustentabilidade, de modo legal e respeitando o Código Florestal Brasileiro”, disse Bertuol, ressaltando o papel da Aprosoja MT no cenário de proteção ambiental e no desenvolvimento do agronegócio.
A cidade de Sinop sediará a Abertura Nacional da Colheita da Soja em fevereiro de 2025, um evento que coincidirá com a celebração dos 20 anos da Aprosoja MT.
“Foi definido que a abertura da colheita será lá em Sinop, no Mato Grosso, onde a Aprosoja levará toda a estrutura para comemorar a abertura da colheita. Então, o Mato Grosso, mais uma vez, será anfitrião deste grande evento, comemorando também os 20 anos da Aprosoja Mato Grosso”, afirmou Maurício Buffon, presidente da Aprosoja Brasil.
PAINEL
Durante o evento de plantio, a Aprosoja MT também participou de um painel que debateu temas importantes como a Moratória da Soja e a Lei Antidesmatamento da Europa. O vice-presidente Luiz Pedro Bier ressaltou a posição contrária dos produtores em relação à moratória e a importância de buscar soluções que protejam os interesses dos agricultores, destacando o impacto negativo que o acordo tem gerado, especialmente nas fronteiras agrícolas.
“Os produtores nunca concordaram em fazer parte da moratória. Isso está prejudicando vários estados do Brasil, principalmente as fronteiras agrícolas, como o Maranhão”, explicou Bier. Ele também mencionou o potencial prejuízo causado pela moratória no estado de Mato Grosso. “Somente em Mato Grosso, o potencial de prejuízo por ano da moratória da soja é de R$ 32 bilhões”, ressaltou.
Buscando representar o setor produtor contra a Moratória, a Aprosoja MT adotou uma estratégia no final do ano passado, mobilizando prefeitos e articulando junto ao governo do estado. “Colocamos 100 prefeitos numa sala com o governador, todos eles esclarecidos sobre o que era a moratória e os prejuízos que ela causava. Com essa conversa, o governador nos apoiou, e acreditamos que essa lei será sancionada”, afirmou Bier.
Outro tema do debate foi a Lei Antidesmatamento da Europa, que, após forte pressão internacional e de fornecedores, teve seu início de vigência adiado para 2025. Maurício Buffon destacou as dificuldades de implementar a legislação proposta pela União Europeia. “Eles falam sempre que o produtor brasileiro teria que segregar o produto para chegar lá, mas isso é praticamente impossível. Quando temos uma safra boa no Brasil, nossos portos ficam lotados, e não conseguimos despachar tudo no tempo permitido. Então, é praticamente inviável o que a Europa está pedindo”, afirmou Buffon.
Buffon reforçou que, apesar do adiamento, o setor deve continuar trabalhando para mostrar a sustentabilidade da produção brasileira. “Esse adiamento nos dá um fôlego, mas precisamos nos organizar. O produtor está cada vez mais preparado, e precisamos mostrar a sustentabilidade das nossas lavouras de soja para que essa lei não entre em vigor de forma punitiva”, concluiu.
O debate demonstrou o compromisso dos produtores com a sustentabilidade e a busca por soluções que protejam o setor agrícola das novas legislações que, segundo os líderes do setor, são protecionistas e prejudicam o Brasil.