O tenente-coronel Mauro Cid chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) no começo da tarde desta quinta-feira (21/11) para prestar depoimento sobre seu acordo de delação. Ele ficará frente a frente com o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura os ataques de 8 de janeiro.
Da última vez que prestou depoimento ao Supremo, Cid foi preso em flagrante. Durante a audiência desta quinta, o ministro vai tratar de contradições e informações que não foram dadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro nos depoimentos que prestou à Polícia Federal. Ele é um dos personagens centrais para entender uma tentativa de golpe de Estado, os atos antidemocráticos e a organização criminosa montada para atacar as instituições.
Ao recuperar arquivos que foram apagados do celular de Mauro Cid, a Polícia Federal encontrou informações que foram ocultadas por ele nos depoimentos e que revelam um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro do Supremo que relata as investigações.
Moraes vai questionar Cid se ele ainda deseja colaborar com as investigações e questionar por qual motivo não prestou todas as informações que sabia. Caso o acordo de delação seja cancelado, ele perde benefícios que obteve, como abatimento de pena e a possibilidade de cumprir a pena em regime aberto.
Investigadores ouvidos pela reportagem apontam que a suspensão da delação não prejudica o inquérito, pois foram encontrados documentos, provas matérias e testemunhas que evidenciam a articulação golpista.