A Polícia Civil de Goiás deflagrou, nesta quarta-feira (9), a Operação Jogada Marcada, que resultou na prisão de seis pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa especializada na manipulação de resultados em partidas de futebol. Um sétimo investigado está foragido. Segundo as investigações, um dos envolvidos movimentou mais de R$ 11 milhões durante o período em que atuou no esquema.
Entre os presos estão um árbitro de futebol da Paraíba, um ex-presidente de clube do Ceará, dois ex-jogadores (um deles ainda em atividade quando as investigações começaram, em 2022) e dois aliciadores. Os mandados foram cumpridos nos estados do Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Ceará e Pernambuco. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Esquema estruturado
De acordo com o delegado Eduardo Gomes, do Grupo Antirroubo a Banco (GAB), a denúncia que originou a operação foi feita pelo presidente de um clube que disputava o Campeonato Goiano, após ser abordado por um intermediário ligado ao grupo criminoso.
A apuração revelou uma estrutura hierárquica bem definida, com três níveis de atuação:
Financiadores: responsáveis pelo aporte financeiro para executar as fraudes;
Intermediários: encarregados de fazer contato e apresentar as propostas ilícitas aos envolvidos no futebol;
Executores: grupo que incluía jogadores, técnicos e dirigentes de clubes.
Campeonato sob suspeita
Até o momento, não foram identificadas partidas manipuladas em Goiás, mas a polícia avalia a possibilidade de atuação do grupo no estado. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em um torneio cearense de 2022, quando um time perdeu todos os jogos da competição e acabou sendo excluído do campeonato por decisão administrativa. O ex-presidente do clube — agora preso — teria recebido R$ 200 mil pelo resultado manipulado, com o pagamento feito em parcelas antes e depois da partida.
As investigações seguem em andamento e novas prisões não estão descartadas. A Polícia Civil de Goiás afirma que a operação tem como objetivo desarticular completamente o esquema de corrupção no futebol nacional.