Por Leandro Mazzini
Com Equipe DF, SP e RJ
Brasília, sexta-feira, 06 de dezembro de 2024 - Nº 4.028
Ciao, Enel
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, procurou, à margem da agenda oficial do G20 no Rio de Janeiro, saber detalhes sobre a situação da Enel no Brasil e ouviu do próprio presidente Lula da Silva recados velados de que a empresa pode perder os contratos de exploração de serviços em São Paulo. Semanas antes do mega evento, que reuniu presidentes e líderes de quase 30 países, parte da capital paulista ficou dias sem energia, e no próprio G20 e Enel – que também administra a distribuição no Rio – deu um susto e houve um breve apagão no local do evento. O governo da Itália é sócio em 30% da Enel e fontes da Coluna indicam que o governo paulista, a ANEEL e o Ministério de Minas e Energia não tomaram a tempo medidas drásticas contra a Enel para evitar constrangimento e crise diplomática com a presença de Meloni no Brasil.
Linha cruzada
Muito criticado entre portas pelos empresários de radiodifusão e telecomunicações quando foi procurador-geral da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Victor Cravo, indicado de novo para Anatel agora como conselheiro, foi apadrinhado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (AGU) e Lewandowski (Justiça). Nenhum deles consultou o setor, uma praxe, e muito menos o Palácio.
Olha o mosquito!
Com o verão na porta, o Ministério da Saúde patina sobre campanha de conscientização e na interface com prefeituras para combate à dengue – verão passado os números assustadores balançaram a ministra Nísia Trindade do cargo, salva a tempo pelo PT do Rio de Janeiro. O cenário arrisca ser pior agora, com centenas de prefeitos de malas prontas e com pouca vontade de ajudar os opositores na transição.
Cadê o dinheiro?
Técnicos parlamentares que acompanham o assunto revelam que as universidades públicas do Sul sofrem para receber verbas do MEC – em especial emendas parlamentares – em detrimento das entidades do Norte e Nordeste, onde o governo tem seu reduto eleitoral mais forte – regiões muito prestigiadas pelo ministro da Educação, o cearense Camilo Santana. O informe que chega ao Congresso é que faltam pessoal técnico para análise dos processos. Mas a torneira está aberta para o Norte.
Violência policial
Os casos de violência policial – e gratuitas! – em São Paulo chegaram ao Congresso Nacional. A oposição ao governador Tarcísio de Freitas se mobiliza para pedir a cabeça do secretário de Segurança, o deputado federal licenciado Guilherme Derrite. Ivan Valente (PSOL-SP) tem dossiê e quer audiência pública na Câmara para cobrar explicações às autoridades paulistas.
Que vergonha
A Coluna já tinha revelado que o deputado federal André Janones (Avante-MG) usa o endereço do gabinete na Câmara como de seu escritório de advocacia no registro da carteira da sua OAB, um caso no mínimo curioso. Mas agora revela-se que ele ainda usou um registro suspenso para uma de Ação Declaratória de Extinção de Partido contra o PL no Supremo Tribunal Federal.
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