O Brasil registrou um déficit comercial de US$ 323 milhões em fevereiro, o primeiro saldo negativo em meses completos desde 2022, e o pior resultado para o mês de fevereiro desde 2015. Embora o mercado esperasse um superávit de US$ 1,9 bilhão, os números apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) revelaram uma queda preocupante nas exportações e um aumento nas importações, com destaque para a forte desaceleração das vendas para a Ásia, um dos principais destinos dos produtos brasileiros.
Essa realidade negativa reflete a falta de políticas econômicas consistentes e de reformas estruturais no Brasil, como a reforma tributária e a melhoria do ambiente de negócios. A elevada carga tributária, a ineficiência do Estado e a burocracia são fatores que contribuem para a fragilidade do comércio exterior brasileiro. Enquanto isso, o aumento das importações — em um cenário de crise fiscal e baixa competitividade interna — acaba por pressionar ainda mais o déficit.
A redução nas exportações, especialmente para a Ásia, é um reflexo de um mercado externo que está cada vez mais competitivo e exigente, enquanto o Brasil permanece com um modelo de negócios atrasado. Em um cenário global de crescente polarização geopolítica, principalmente no relacionamento com potências como a China, a fragilidade do Brasil em negociar de forma assertiva é um claro reflexo da falta de um projeto de país que seja capaz de se adaptar às novas dinâmicas comerciais internacionais.
A situação exige um novo direcionamento econômico, com o fortalecimento do setor privado, o incentivo à inovação, e uma reforma que reduza o peso do Estado na economia. Sem essas mudanças, o Brasil continuará a ver um crescimento insustentável nas importações e uma estagnação nas exportações. O cenário é um claro alerta para a necessidade urgente de ajustes profundos na política econômica brasileira.