O presidente do Sindenergia/MT, Carlos Garcia, descartou qualquer possibilidade de um apagão energético em Mato Grosso devido ao aumento da participação da energia solar na matriz elétrica do estado. Ele afirmou que a geração de energia no Brasil não apenas supre a demanda nacional, mas a excede com folga, garantindo a estabilidade do sistema.
“A população pode ficar tranquila, o apagão é um fenômeno caracterizado por uma falta de energia no sistema, quando o parque de geração não consegue suprir a demanda do país em termos de energia. No entanto, o cenário que a gente enfrenta hoje é justamente o oposto, em que a geração ela consegue sim, atender toda a demanda do país com folga”, afirma Garcia.
Ele afirma que o país possui capacidade de produção superior ao dobro da sua demanda, o que elimina o risco de desabastecimento. Ele explicou que o que foi especulado recentemente na mídia não se trata de um apagão, mas sim de possíveis desafios operacionais ligados ao excesso de geração solar em determinados momentos do dia.
“Com os investimentos que estão sendo realizados, esses problemas, que poderiam acontecer de forma isolada, são mitigados. Ainda que possa ocorrer algum evento dessa ordem, seria de forma pontual e não teria potencial de comprometer a segurança de fornecimento de energia aos consumidores do Estado.”
A preocupação surgiu após a divulgação do Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), que apontou a necessidade de investimentos na Rede Básica em 11 estados brasileiros para evitar sobrecargas no sistema elétrico. O relatório trouxe recomendações para fortalecer a estrutura energética, considerando o crescimento das fontes renováveis e da geração distribuída (GD).
Carlos Garcia criticou a forma como algumas notícias foram divulgadas, sugerindo um possível risco de apagão. Segundo ele, o relatório do ONS não menciona essa possibilidade, mas apenas alerta sobre melhorias necessárias para acompanhar a evolução do setor elétrico.
O presidente do Sindenergia também destacou que existe uma pressão crescente para limitar a geração de energia solar no Brasil. Ele citou o caso de Minas Gerais, onde recentemente viralizou um vídeo mostrando restrições impostas a algumas regiões, impedindo o consumidor de gerar sua própria energia durante o dia.
“Há uma pressão para se limitar a geração de energia solar no País. Temos que ficar atentos a estes movimentos. O direito da população e das empresas em gerar sua própria energia precisa ser preservado”, finaliza Garcia.