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ECONOMIA Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2025, 16:13 - A | A

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2025, 16h:13 - A | A

DESACELERAÇÃO

Brasil pode enfrentar estagflação em 2025, apontam economistas do UBS BB

Para o banco, PIB deve crescer apenas 1,3% e a inflação deve continuar acima da meta, enquanto o BC deve manter juros elevados em meio à desaceleração econômica

infomoney

 

 

O Brasil pode estar a caminho de um período de estagflação este ano, segundo avaliação do UBS BB. O banco projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,3% em 2025, bem abaixo da estimativa de consenso de 2%, enquanto a inflação deve seguir acima do teto da meta.

Os especialistas consideram que estagflação é uma condição econômica caracterizada por crescimento estagnado e inflação persistente. “Esse fenômeno é particularmente desafiador porque as ferramentas tradicionais de política monetária e fiscal geralmente falham em lidar simultaneamente com a pressão inflacionária e a estagnação econômica”, escrevem Alexandre de Azara e equipe em relatório enviado ao mercado.

Eles observam que a economia brasileira tem superado expectativas nos últimos anos, mas os principais indicadores apontam para uma desaceleração. Dados recentes de vendas no varejo, produção industrial, setor de serviços e emprego ficaram abaixo do esperado, e os índices de confiança recuaram para níveis inferiores a 100 pontos, indicando pessimismo generalizado.

Um dos fatores que sustentaram o crescimento em 2024 foi o impulso fiscal gerado pelos precatórios, que injetaram mais de R$ 100 bilhões na economia, beneficiando o consumo. Para este ano, esse fluxo deve cair para aproximadamente R$ 50 bilhões, reduzindo o efeito positivo sobre a demanda, conforme estimativa do UBS BB.

“Ao mesmo tempo, prevemos que os gastos fiscais centrais permaneçam elevados, corroborando a crise de confiança gerada pela política fiscal frouxa. Em outras palavras, o crescimento do consumo pode ser afetado pela redução das transferências de precatórios, enquanto os gastos fiscais centrais provavelmente permanecerão inalterados”, diz o banco.

O UBS BB diz que esse aumento nas taxas de juros reais pode ter um efeito adverso sobre o crescimento econômico, afetando o ambiente de investimentos e prejudicando a expansão econômica no futuro próximo. Os estrategistas observam que a política monetária restritiva do Banco Central, mantida ao longo de vários trimestres, já começa a refletir seus efeitos em indicadores como vendas no varejo, produção industrial e receita de serviços.

Para chegar a essa afirmação, o UBS BB se apoiou nos dados de novembro e dezembro de 2024, que indicaram um desempenho abaixo das expectativas nesses setores, com vendas no varejo e produção industrial apresentando resultados fracos, especialmente no quarto trimestre do ano.

Em dezembro de 2024, segundo o banco, o número de novos empregos foi muito abaixo do esperado, com uma criação líquida de apenas 20 mil postos de trabalho, quando a expectativa era de 90 mil. Esse desempenho levou à revisão para baixo dos números de meses anteriores, o que levanta preocupações sobre a recuperação do emprego e a continuidade da taxa de desemprego.

O investimento também deve perder força, com projeção de crescimento de apenas 0,5% em comparação aos 7% registrados no ano anterior. A elevação das taxas de juros reais e a instabilidade do câmbio são fatores que, dizem os estrategistas, tendem a reduzir o apetite por investimentos produtivos. 

O UBS BB avalia que, mesmo com a desaceleração, o Banco Central não terá espaço para cortar juros neste ano porque a inflação e as expectativas seguem elevadas. Pelo contrário, a instituição projeta uma alta de 100 pontos-base na Selic em cada uma das próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Taxas de juros elevadas

O impacto das taxas de juros elevadas é uma preocupação central do mercado, afirmam os analistas. A moeda brasileira, que antes do anúncio da isenção do imposto de renda em novembro do ano passado estava cotada em torno de R$ 5,80 por dólar, sofreu uma pressão crescente nos dias seguintes ao anúncio, alcançando R$ 6,20 por dólar.

A curva de juros também sofreu alterações, com os investidores precificando uma Selic de 17% para o final de 2025, um aumento considerável em relação às projeções anteriores. Embora a moeda tenha retornado ao nível pré-anúncio, a curva de juros ainda se mantém, em média, 1,5 a 2 pontos percentuais mais alta do que em novembro.

O UBS BB diz que esse aumento nas taxas de juros reais pode ter um efeito adverso sobre o crescimento econômico, afetando o ambiente de investimentos e prejudicando a expansão econômica no futuro próximo. Os estrategistas observam que a política monetária restritiva do Banco Central, mantida ao longo de vários trimestres, já começa a refletir seus efeitos em indicadores como vendas no varejo, produção industrial e receita de serviços.

Para chegar a essa afirmação, o UBS BB se apoiou nos dados de novembro e dezembro de 2024, que indicaram um desempenho abaixo das expectativas nesses setores, com vendas no varejo e produção industrial apresentando resultados fracos, especialmente no quarto trimestre do ano.

Em dezembro de 2024, segundo o banco, o número de novos empregos foi muito abaixo do esperado, com uma criação líquida de apenas 20 mil postos de trabalho, quando a expectativa era de 90 mil. Esse desempenho levou à revisão para baixo dos números de meses anteriores, o que levanta preocupações sobre a recuperação do emprego e a continuidade da taxa de desemprego.

O UBS BB também alertou para a queda na confiança de consumidores e empresários. Indicadores de confiança de janeiro de 2025 mostraram uma queda generalizada em todos os setores, incluindo varejo, serviços e indústria manufatureira. O Índice de Incerteza Econômica atingiu seu maior nível desde julho de 2022, sinalizando que as perspectivas para a economia são de frustração em várias frentes.

Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve se manter acima do limite superior da meta (4,5%) até março de 2026, o que, segundo os analistas, pode dificultar a convergência para a meta de inflação de longo prazo de 3%.

 
 

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