O ano começou com um leve aumento no endividamento das famílias em Cuiabá. Em janeiro, 86,7% das famílias tinham algum tipo de dívida, um crescimento de 0,3 ponto percentual em relação a dezembro. No entanto, a boa notícia é que o número de pessoas com contas atrasadas diminuiu.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisada pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio-MT (IPF-MT), 18,1% das famílias cuiabanas estavam com contas em atraso no primeiro mês do ano. Isso representa uma queda de 0,7 ponto percentual em relação a dezembro e de 3,3 pontos na comparação com janeiro do ano passado.
O levantamento também mostrou que 45,7% das famílias da capital se consideram pouco endividadas, enquanto apenas 7% disseram estar com muitas dívidas – um percentual menor do que os 9,1% registrados no ano passado. Para o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, essa redução é um sinal de que as famílias estão conseguindo administrar melhor suas contas.
“A pesquisa mostra que o número de famílias com contas atrasadas vem caindo, assim como o grupo que diz não ter condições de pagar as dívidas. Isso pode indicar que as pessoas estão conseguindo se organizar melhor financeiramente para evitar a inadimplência”, afirmou.
Em números absolutos, a quantidade de famílias com contas atrasadas caiu de 38,9 mil em dezembro para 37,5 mil em janeiro. Já o grupo que afirmou não ter condições de pagar as dívidas no momento passou de 10,8 mil para 9,5 mil no mesmo período.
Cartão de crédito é o principal vilão
O cartão de crédito continua sendo o principal motivo de endividamento das famílias cuiabanas, aparecendo em 83% dos casos. Em seguida, vêm os carnês (24,9%), financiamento de veículos (6%) e financiamento de imóveis (3,9%). Outros tipos de crédito, como consignado (2,6%) e crédito pessoal (3,4%), também fazem parte da lista.
Para quem está com contas atrasadas, a expectativa é de que 42,5% consigam pagar pelo menos uma parte da dívida no próximo mês, enquanto 32,1% acreditam que vão quitar tudo.
Outro dado positivo é que a parcela da renda comprometida com dívidas caiu para 28,5%, ficando abaixo do limite de 30% que especialistas recomendam para manter um orçamento saudável.
O presidente da Fecomércio-MT reforçou a importância desses dados para o comércio local. “Acompanhar o nível de endividamento e inadimplência das famílias ajuda os comerciantes a se planejarem e a tomarem medidas para reduzir os riscos de calote”, destacou.
