O real brasileiro registrou o segundo pior desempenho cambial global em novembro, acumulando uma queda de 4,55% frente ao dólar.
A moeda encerrou o mês em alta significativa, com a cotação do dólar comercial atingindo R$ 6,0012 nesta sexta-feira (29).
O maior impacto ocorreu na última semana, após o anúncio do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O plano, que inclui medidas de contenção de gastos e isenção de Imposto de Renda (IR) para rendimentos de até R$ 5 mil, gerou insegurança no mercado financeiro.
A falta de clareza sobre a implementação das propostas e a renúncia fiscal simultânea elevaram as incertezas, segundo economistas.
"Os investidores estão cautelosos, pois ainda não sabem ao certo o impacto das medidas ou se elas serão aprovadas integralmente no Congresso.Esse cenário reforça a volatilidade do câmbio", explicou Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank.
A desvalorização do real alimenta preocupações com a inflação, que deve pressionar ainda mais o Banco Central na próxima reunião do Copom.
A expectativa é que a Selic seja elevada para conter a alta do dólar, mas analistas alertam que um retorno às cotações de R$ 5,50 é improvável no curto prazo.