Mato Grosso se tornou o terceiro estado com o maior número de mortes violentas de pessoas LGBT+ no Brasil em 2024, conforme aponta o relatório do Observatório do Grupo Gay da Bahia.
O levantamento revelou que das 291 mortes registradas no país, 24 ocorreram em Mato Grosso, representando 8,25% do total.
Esse aumento é significativo, já que em 2023 foram 8 casos registrados no estado. Em 2024, São Paulo liderou o ranking com 53 mortes, seguido pela Bahia com 31.
Em termos proporcionais, a situação de Mato Grosso é ainda mais alarmante, dado que a sua população é muito menor do que a de estados como Minas Gerais, que registrou 22 casos.
Cuiabá, a capital de Mato Grosso, é a nona mais perigosa para a população LGBT+, com causas de mortes violentas envolvendo homicídios, suicídios e latrocínios.
Entre os casos mais emblemáticos estão o assassinato de Edson Diego dos Santos, vítima de tortura e assassinato por homofobia, e da ex-candidata a vereadora Santarosa, brutalmente decapitada.
O cenário destaca a necessidade de políticas públicas eficazes para proteger a população LGBT+. Xica da Silva, presidente do Grupo Livremente, alerta para a urgência de ações do poder público para garantir a segurança e dignidade dessa população.
Além disso, o tenente-coronel Ricardo Bueno enfatiza a importância de um esforço coletivo, incluindo educação, para combater a violência estrutural e homofobia.
A falta de um conselho estadual LGBT+ em Mato Grosso é apontada como um obstáculo para implementar políticas públicas mais eficazes.
A proposta de criação do conselho foi rejeitada pela Assembleia Legislativa em 2021, dificultando ainda mais a luta pela segurança e direitos da comunidade LGBT+ no estado.