A defesa de Nataly Helen Martins Pereira, acusada de matar a adolescente Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, solicitou à Justiça a realização de uma reprodução simulada dos fatos. O objetivo é verificar se seria tecnicamente possível que todos os atos atribuídos à ré fossem executados por uma única pessoa, dado o curto intervalo de tempo e a complexidade das ações envolvidas no crime.

O pedido foi feito na resposta à acusação formal apresentada pela 27ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá. Os advogados André Luís Melo Fort e Ícaro Vione de Paulo afirmam que há inconsistências e lacunas na narrativa do Ministério Público e que a prova pericial por meio de simulação é essencial para esclarecer a dinâmica do crime.

Nataly é acusada de ter atraído Emelly até uma casa no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, onde a matou por asfixia, realizou o parto forçado com faca e navalha, e enterrou o corpo em uma cova rasa no quintal. Em seguida, ela levou o bebê até o Hospital Santa Helena, tentando registrá-lo como seu.

A denúncia do Ministério Público inclui os crimes de feminicídio, tentativa de aborto sem consentimento, subtração de recém-nascido, ocultação de cadáver, falsificação de documentos e fraude processual.

Os advogados de defesa sustentam que a sequência de atos — assassinato, parto, ocultação do corpo, deslocamento com o bebê e tentativa de registro — exige apuração técnica detalhada quanto à capacidade física de Nataly e ao tempo necessário para a realização de cada etapa.

Além da simulação, a defesa também solicitou a oitiva de testemunhas, como familiares e ex-companheiros da acusada, com o intuito de oferecer subsídios sobre seu estado emocional e histórico de vida, incluindo episódios de sofrimento mental.

O pedido está sob análise do Judiciário e poderá ter papel crucial no andamento do processo penal contra Nataly Helen.

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