O empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, investigado por ser o intermediário no esquema de venda de sentenças, foi transferido da Penitenciária Central do Estado (PCE) para Penitenciária Federal em Brasília. A decisão é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal.
Andreson foi preso no dia 26 de novembro de 2024 na Operação Sisamnes, da Polícia Federal, com o objetivo de investigar crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
As investigações apontam para um suposto esquema de venda de decisões judiciais, envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados.
De acordo com as apurações, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses.
As investigações começaram quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) descobriu que os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho mantinham uma amizade com o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano passado, e recebiam vantagens financeiras para julgarem recursos de acordo com os interesses do advogado.
Andreson Gonçalves é apontado como o principal lobista do advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro de 2023.
A Polícia Federal identificou indícios de que Andreson de Oliveira Gonçalves realizou transferências bancárias no valor total de R$ 4 milhões para um assessor do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que atuou nos gabinetes de duas ministras da corte. A informação foi divulgada pelo jornalista Aguirre Talento, em sua coluna no UOL, que teve acesso a um relatório sigiloso enviado ao ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa descoberta representa a primeira evidência concreta de repasses financeiros para servidores do STJ no inquérito que investiga suspeitas de corrupção no tribunal.