O ministro Antonio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de revogação da prisão preventiva de Vanderley Barreiro da Silva, acusado de ser um dos mandantes dos homicídios de Gersino Rosa dos Santos, conhecido como Nenê, e Cleyton de Oliveira Paulino, cometidos em novembro de 2023 no Shopping Popular, em Cuiabá. A decisão do magistrado foi fundamentada na gravidade dos crimes e na periculosidade do acusado.
Vanderley, que se encontra preso desde a decretação da prisão preventiva após o recebimento da denúncia, teve sua defesa solicitando a revogação da medida. O pedido, feito por meio de um habeas corpus, argumentava que a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que manteve a prisão, não possuía fundamentação adequada e que já havia excessivo prazo para a detenção, uma vez que Vanderley estava preso há mais de sete meses. A defesa ainda sugeriu que medidas cautelares poderiam ser suficientes para garantir a ordem pública.
Em sua análise, o ministro Saldanha Palheiro destacou que a prisão de Vanderley foi decretada em razão da gravidade do crime cometido, que envolveu dois homicídios triplamente qualificados, com motivos fúteis, uso de arma de fogo e promessa de recompensa. Ele ressaltou que os crimes foram motivados por vingança, após a morte do irmão de Vanderley, e que o acusado seria um dos mandantes dos homicídios.
"Essas circunstâncias evidenciam a gravidade concreta da conduta, pois extrapolam a mera descrição dos elementos próprios do tipo de homicídio. Assim, a segregação cautelar se faz necessária para garantir a ordem pública", afirmou o ministro.
Além disso, o magistrado esclareceu que condições favoráveis ao acusado, como o tempo em liberdade antes da prisão, não são suficientes para reverter a necessidade de manter a prisão preventiva. Em relação ao argumento do excesso de prazo, Saldanha Palheiro explicou que o TJMT ainda não havia analisado esse ponto, o que impediu a atuação do STJ.
Os homicídios de Nenê e Cleyton ocorreram no dia 23 de novembro de 2023, dentro do Shopping Popular. Os principais suspeitos são Vanderley Barreiro da Silva, sua mãe Jocilene Barreiro da Silva e Silvio Junior Peixoto. O executor chegou ao local já atirando, sem dar chances de defesa às vítimas. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que uma das vítimas é baleada enquanto caminhava pelo corredor do shopping.
De acordo com o delegado Nilson Farias, os crimes teriam sido cometidos por membros de uma organização criminosa e estariam ligados a um possível envolvimento com contrabando de cigarros. Outra linha investigativa aponta para uma possível vingança relacionada à morte de Girlei Silva da Silva, conhecido como "Maranhão", filho de Jocilene. Ela e Vanderley acreditavam que Nenê fosse responsável pela morte de Maranhão, ocorrida após uma discussão entre os dois no Shopping Popular.