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MULHER Sábado, 15 de Março de 2025, 09:31 - A | A

Sábado, 15 de Março de 2025, 09h:31 - A | A

ENTENDA

Por que as mulheres ainda gozam menos? A ciência explica o mistério

Conhecer o próprio corpo, saber o que as faz chegar ao orgasmo. Não podemos esperar que seja apenas o parceiro quem descubra isso sozinho

 

 

Que a diferença entre os orgasmos masculinos e femininos existe, todo mundo já sabe. O que poucos percebem é o tamanho do abismo e, principalmente, as razões por trás dele. Uma nova pesquisa joga luz sobre um fator crucial: enquanto os homens focam intensamente no próprio prazer e contam com o apoio das parceiras para isso, as mulheres, por outro lado, priorizam o prazer deles antes do próprio.

 

Essa disparidade no foco sexual, chamada de “lacuna de busca pelo orgasmo”, ajuda a explicar por que mulheres em relações heterossexuais têm menos orgasmos e, consequentemente, menor satisfação sexual. Curiosamente, esse problema não se repete quando estão com outras mulheres ou em momentos de masturbação. Ou seja, a questão não é biológica – é social e relacional.

 

A ginecologista Rebeca Filgueiras explica que a maior dificuldade está nas pressões socioculturais que cercam o prazer feminino. “As mulheres precisam buscar o próprio prazer! Conhecer o próprio corpo, saber o que as faz chegar ao orgasmo. Não podemos esperar que seja apenas o parceiro quem descubra isso sozinho.”

 

Além disso, há um tabu persistente: muitas mulheres acreditam que é dever do homem saber como levá-las ao ápice do prazer. Para Rebeca, essa expectativa precisa mudar. “É claro que o parceiro tem que colaborar, mas a primeira pessoa que precisa conhecer seu corpo e saber o que funciona é a própria mulher.”

 

 

Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA, analisaram o fenômeno a partir da teoria da interdependência – que sugere que, em um relacionamento saudável, os parceiros se influenciam e se apoiam mutuamente.

No entanto, o estudo apontou que, na prática, homens e mulheres diferem na prioridade que dão ao próprio orgasmo e ao do parceiro. Os homens relataram que atingem o clímax em 90% das relações, enquanto as mulheres chegam lá em apenas 54% das vezes. Além disso, os níveis de satisfação sexual relatados pelos homens foram significativamente mais altos.

Outro ponto interessante é que o prazer masculino tende a ser mais direto e visual, enquanto o prazer feminino depende de um contexto mais elaborado, com estímulos físicos e psicológicos. Isso explica por que a sexualidade feminina requer um “aquecimento” maior e porque o orgasmo da mulher não acontece tão automaticamente quanto o do homem.

 

Se o problema é cultural e comportamental, a solução também passa por mudanças na forma como o sexo é encarado dentro dos relacionamentos. O prazer feminino precisa deixar de ser um detalhe secundário para se tornar prioridade – tanto para as mulheres quanto para seus parceiros.

Enquanto isso não acontece, seguimos com um impasse: se o orgasmo masculino é tratado como um direito, por que o feminino ainda é visto como um luxo?

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