Residente em Land O’Lakes, na área de Tampa Bay, Flórida, Josandra Oliveira de Oliveira, natural de Cuiabá, compartilhou em entrevista exclusiva à Folha do Estado como sua vida foi impactada pela chegada do furacão Milton, que atingiu a região nesta terça-feira,09.
Mãe de dois filhos e proprietária de um pet shop, Josandra relatou as dificuldades que enfrentou ao tentar adaptar sua rotina tanto em casa quanto no trabalho, à medida que os preparativos para o furacão se intensificaram.
"Uma das primeiras coisas que mudou foi o fechamento das escolas, adiando as aulas dos meus filhos", disse Josandra à nossa equipe.
A adaptação não foi apenas nas atividades escolares, mas também nas compras de emergência para a casa.
"Compramos alimentos enlatados e estocamos várias garrafas de água para garantir que teríamos o necessário caso as coisas piorassem", relatou.
A empresária também precisou tomar decisões difíceis relacionadas ao seu pet shop.
"Tive que fechar a loja. Muitos clientes ligaram, mas, devido aos cuidados emergenciais, não pude atendê-los", explicou.
O fechamento temporário do negócio teve impacto direto em sua vida financeira, já que vários atendimentos foram adiados.
Apesar dos desafios, Josandra manteve um espírito otimista e solidário.
"Mesmo com todas essas mudanças na rotina, estou tentando manter a calma e a positividade. Tenho esperança de que tudo vai melhorar e, se possível, quero ajudar outras pessoas que também estejam precisando", declarou.
O furacão Milton, que chegou com ventos fortes e chuvas intensas, obrigou milhares de residentes da Flórida a se prepararem para possíveis emergências, e a rotina de muitas famílias, como a de Josandra, foi alterada de maneira significativa.
Muitas pessoas tiveram que abandonar sua residências principalmente, o locais mais próximas ao mar, com risco de alagamento.
As autoridades locais continuam monitorando a situação e orientando a população sobre as medidas de segurança necessárias.
Sobre o furacão:
O furacão Milton de categoria 6, que atingiu o solo da Flórida na noite desta quarta-feira (09), já deixou pelo menos dez mortos e provocou um caos generalizado no estado. Autoridades locais confirmaram as mortes, incluindo três no condado de Volusia, segundo o xerife Michael J. Chitwood.
Entre as vítimas, uma pessoa morreu devido à queda de uma árvore. Outros óbitos ocorreram em Fort Pierce, onde tornados associados à tempestade varreram uma comunidade de aposentados.
Desde a aproximação de Milton, a Flórida tem enfrentado uma série de tornados, que destruíram casas e derrubaram árvores em várias regiões.
Com ventos de até 205 km/h ao tocar o solo, o furacão causou inundações massivas, bloqueando ruas e deixando 3 milhões de imóveis sem energia elétrica. Apesar de ter perdido força durante a madrugada, sendo rebaixado para a categoria 1, Milton continua a causar estragos enquanto segue em direção ao Oceano Atlântico.
Destruição e resgates:
Cidades como Fort Myers enfrentam alagamentos severos, enquanto equipes de resgate aguardam a melhora das condições climáticas para iniciar as operações de socorro.
As autoridades pedem que a população permaneça em abrigos e evite as ruas até que a tempestade se dissipe completamente, o que pode ocorrer somente até sexta-feira,11.
O presidente Joe Biden destacou a gravidade da situação, afirmando que as equipes federais já foram enviadas para coordenar os esforços de recuperação.
O governador Ron DeSantis reforçou o pedido para que os moradores se mantenham seguros e em abrigos, enquanto equipes de resgate se posicionam em áreas de maior risco.
Analistas estimam que os prejuízos causados por Milton podem chegar a 100 mil milhões de dólares.
O furacão Milton junta-se a um período de furacões surpreendente, com especialistas chamando a temporada no Atlântico de “a mais estranha já registrada”, devido à rapidez com que as tempestades estão ganhando intensidade.