Na manhã desta quarta-feira,06, Donald Trump foi confirmado como o novo presidente dos Estados Unidos ao superar a marca de 270 delegados no Colégio Eleitoral.
Segundo projeções realizadas por especialistas, o republicano garantiu sua vitória ao conquistar estados decisivos, como Geórgia e Pensilvânia, somando 276 delegados.
Após uma campanha marcada por uma retórica polarizadora, Trump retorna à Casa Branca quatro anos após ter sido derrotado por Joe Biden.
Tendo como vice-presidente o ex-fuzileiro e escritor J.D. Vance, a administração promete um mandato focado em políticas de corte de impostos, combate à inflação e amplas restrições à imigração.
O retorno de Trump representa a consolidação de seu papel como figura central da direita americana e um dos maiores nomes do movimento conservador global.
Na campanha, Trump recuperou o apoio de muitos eleitores ao usar a insatisfação com a economia atual e questões culturais, incluindo promessas de "anos dourados aos cristãos", um discurso que encontrou ressonância especialmente entre comunidades latinas e afroamericanas.
Embora a campanha da adversária Kamala Harris tenha abordado a igualdade de direitos e o empoderamento feminino, Harris enfrentou dificuldades em dissociar sua imagem das políticas de Biden, o que pesou contra sua candidatura.
Trump, que já havia sido condenado por crimes relacionados à compra de silêncio e interferência eleitoral, enfrentou um clima de tensão política e ainda resistiu a novos atentados contra sua vida durante o período eleitoral.
Estes incidentes geraram impacto nacional e internacional, enquanto os apoiadores de Trump mobilizaram-se nas redes sociais, com o apoio de figuras como Elon Musk, para reforçar a campanha.
Analistas internacionais mostram preocupação com o impacto global da vitória do republicano.
Segundo o especialista em relações internacionais João Cândido, Trump pode buscar reduzir o apoio dos EUA à Ucrânia e adotar uma política protecionista, o que poderia afetar acordos globais.
Para o professor Adriano Cerqueira, a possível reavaliação do envolvimento americano no conflito entre Rússia e Ucrânia pode alterar significativamente o cenário político internacional, pressionando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a buscar uma resolução mais rápida para o conflito.
A vitória de Trump é vista como um triunfo da política identitária e nacionalista sobre os valores de livre mercado tradicional.
Esta guinada conservadora já inspira lideranças populistas em outros países, que enxergam na vitória de Trump uma legitimação de suas próprias agendas nacionalistas.
Na economia, Trump promete intensificar o corte de impostos e expandir a exploração de combustíveis fósseis, numa clara oposição às políticas ambientais de Biden.
Pretende também adotar novas tarifas protecionistas para produtos chineses, o que pode gerar uma reação de Pequim.
O chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Tim Adams, alerta que esse protecionismo pode elevar ainda mais a inflação e os juros.
Para muitos observadores, o retorno de Trump representa uma reafirmação de seu estilo político agressivo e polarizador.
Suas medidas radicais, especialmente em imigração e economia, são esperadas com apreensão dentro e fora dos Estados Unidos, e sua influência na nova direita promete ressoar globalmente nos próximos anos.