Neste sábado (7), a ofensiva de grupos rebeldes contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad intensificou-se com o avanço em direção à capital, Damasco, que está praticamente cercada. A ação, liderada pela Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), organização jihadista com ligações passadas à Al-Qaeda, tem ganhado força desde que os rebeldes iniciaram os ataques no final de novembro.
O grupo insurgente, em comunicado divulgado nesta data, afirmou que a "fase final" da operação "Dissuasão da Agressão" já está em andamento. Segundo o texto, as forças rebeldes começaram a cercar Damasco, com o objetivo de intensificar a pressão sobre as forças leais ao presidente Assad.
Relatos indicam que diversos distritos e vilas próximas à capital estão sob controle dos rebeldes, com os combates se expandindo para outras áreas do país. Na sexta-feira (6), o HTS anunciou a conquista de posições estratégicas das forças do regime em várias províncias, incluindo Daraa, Sueida e Quneitra, que são parte das 14 províncias da Síria.
Aleppo, a segunda maior cidade do país, foi o primeiro alvo dos insurgentes, que também avançaram nas cidades de Hama e Homs. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), os rebeldes tomaram vários pontos importantes nessas regiões, ampliando sua presença e avançando nas áreas controladas pelo governo.
Apesar da pressão crescente e do iminente risco de um colapso do regime, o gabinete de Bashar al-Assad emitiu um comunicado oficial, negando rumores de que o presidente tenha deixado a capital. "A Presidência da República Árabe Síria confirma que o senhor presidente prossegue o trabalho e as tarefas nacionais e constitucionais a partir da capital", informou o governo neste sábado.
A situação em Damasco continua crítica, com a população local e as forças do regime em alerta. O avanço rebelde representa uma ameaça real ao controle de Assad sobre a Síria, que já enfrenta mais de uma década de conflito civil devastador.