O caminhoneiro Otelino Batista Reis, de 59 anos, que morreu em um acidente de trânsito na MT-170, em Juína (a 745 km de Cuiabá), na sexta-feira (28), era procurado pela Justiça por ter assassinado sua ex-mulher em 2016.
O crime ganhou repercussão nacional ao ser abordado no programa Linha Direta, da TV Globo.
O crime e a fuga
Segundo informações divulgadas no programa televisivo, Otelino esfaqueou a ex-esposa cinco vezes dentro do salão de beleza da vítima, localizado em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O crime ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016, diante da filha do casal, então com 16 anos.
De acordo com o depoimento da jovem, o pai possuía um ciúme doentio e atormentava a mãe com acusações infundadas de traição, alegando que ela estaria envolvida com um colega de academia.
O casal teve um relacionamento conturbado, com separações e reconciliações. Quinze dias antes do crime, a Justiça determinou que Otelino deixasse a residência, mas ele reagiu com ameaças e jurou vingança.
Anos foragido e morte trágica
Mesmo sendo alvo de um mandado de prisão, Otelino conseguiu permanecer foragido por quase uma década, sem ser capturado pelas autoridades.
Sua morte ocorreu na manhã de sexta-feira, quando o caminhão que ele dirigia se envolveu em um grave acidente na MT-170.
A Polícia Civil confirmou a identidade de Otelino e sua morte, mas não comentou se havia alguma investigação em andamento sobre seu paradeiro antes do acidente.
Falhas na busca por foragidos
O caso levanta questionamentos sobre as falhas no sistema de busca por criminosos no Brasil.
Como um homem condenado por um crime brutal conseguiu viver livremente por tantos anos? A morte de Otelino coloca em evidência os desafios das forças de segurança na localização de foragidos e a necessidade de melhorias nos mecanismos de rastreamento e captura de criminosos de alta periculosidade.
A família da vítima ainda aguarda justiça e lamenta que Otelino tenha escapado de um julgamento formal pelo feminicídio cometido.