A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (25), a Operação Ouroboros, com o objetivo de desarticular um esquema de roubos e furtos de módulos de caminhões na região da Serra de São Vicente, em Mato Grosso.
A investigação apontou um empresário de Várzea Grande como peça-chave do esquema, cujo padrão de vida não condizia com sua renda declarada.
Equipes da Delegacia de Campo Verde e da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA), com o apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), cumpriram um mandado de busca e apreensão em um condomínio no município.
No local, foram encontrados diversos objetos suspeitos, como um jogo de chaves utilizado para subtração de módulos de caminhões, aparelhos celulares, dinheiro em espécie e folhas de cheque.
Além da residência principal, os agentes localizaram outra propriedade pertencente ao investigado, que está em reforma e também considerada incompatível com os rendimentos informados por ele e sua esposa – valores de R$ 2,5 mil e R$ 2 mil, respectivamente.
A poucos metros dali, foi apreendido um veículo VW Gol branco, que pode ter sido usado em crimes de furto na região.
A investigação seguiu para a empresa do suspeito, situada na Rodovia dos Imigrantes, onde foram apreendidos 17 equipamentos automotivos, entre módulos coordenadores, tacógrafos e painéis de caminhões das marcas Scania, Volvo, Mercedes e Volkswagen.
Alguns desses itens tinham registro de furto, enquanto outros estavam sem sinais de identificação.
Diante das provas, o empresário foi conduzido à DERFVA para prestar esclarecimentos. Os equipamentos apreendidos foram encaminhados à Politec para perícia.
O valor dos objetos confiscados ultrapassa R$ 100 mil, mas a quantia exata ainda será determinada pela análise técnica.
Ciclo criminoso e nome da operação
A Operação Ouroboros recebeu esse nome por fazer referência ao símbolo mitológico de uma serpente mordendo a própria cauda, representando um ciclo sem fim.
A escolha do nome reflete a dinâmica do crime: os módulos furtados eram revendidos em oficinas especializadas, muitas vezes para os próprios caminhoneiros que haviam sido vítimas dos roubos, criando um ciclo de crime e lucro ilícito.
A Polícia Civil segue com as investigações, que podem levar a novas ações judiciais nos próximos dias.