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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, em entrevista à Folha de S.Paulo, que discutiu com auxiliares medidas como estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal após a eleição de 2022. No entanto, ele afirma que essas possibilidades foram descartadas “logo de cara”.

Bolsonaro, que nesta semana se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de tentar um golpe de Estado, disse que as conversas ocorreram dentro da Constituição. “Eu conversei com as pessoas, dentro das quatro linhas, sobre o que poderíamos fazer. Olhamos estado de sítio, defesa, artigo 142, intervenção…”, afirmou. Ele também negou que tenha buscado apoio militar para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Não há golpe sem apoio"

Na entrevista, Bolsonaro argumentou que um golpe exige planejamento e apoio de diversos setores. “Se você quer dar um golpe, troca ministro da Defesa, troca comandante de Força, bota um pessoal disposto a sair fora das quatro linhas. Mas isso não passou pela cabeça”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de prisão, Bolsonaro disse que isso significaria “o fim” da sua vida política. “Eu já estou com 70 anos”, afirmou. Ele também rebateu as acusações feitas pelo seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que afirmou que o ex-presidente pediu a falsificação do seu cartão de vacinação.

Bolsonaro criticou as investigações e afirmou que há uma narrativa sendo construída contra ele. “É uma história contada por aquela parte da Polícia Federal vinculada ao senhor Alexandre de Moraes”, disse.

Sobre um possível projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, Bolsonaro afirmou que não deseja ser incluído. “Eu falei: não quero saber de anistia envolvendo meu nome.”

O ex-presidente segue investigado por uma série de crimes, incluindo tentativa de golpe, venda ilegal de joias e fraude no cartão de vacinação. Se condenado, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

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