Lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) estão se movimentando para convencer o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a disputarem as eleições de 2026 em São Paulo. O plano da legenda é lançar Alckmin para o governo estadual e Haddad para o Senado, em uma tentativa de impedir a reeleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No entanto, ambos os políticos demonstram resistência à ideia. Segundo o jornal O Globo, Alckmin não cogita concorrer ao governo paulista e sequer foi abordado oficialmente sobre o tema. Já Haddad teria indicado a aliados que não pretende disputar cargos eletivos no próximo pleito.

A articulação petista tem como base o “recall” de Alckmin, que governou São Paulo quatro vezes e ainda tem forte presença eleitoral no estado. O partido acredita que, mesmo não sendo favorito, ele poderia alcançar um desempenho semelhante ao de Haddad em 2022, quando obteve 44,73% dos votos no segundo turno contra Tarcísio.

Nos bastidores, há preocupação com a possibilidade de uma vitória de Tarcísio já no primeiro turno, com mais de 70% dos votos. Isso não apenas consolidaria o domínio da direita em São Paulo, mas também poderia afetar a viabilidade de um novo mandato presidencial para Lula. “Uma derrota acachapante na corrida estadual poderia prejudicar Lula e inviabilizá-lo na disputa nacional”, apontou O Globo.

Apesar da movimentação do PT, o PSB resiste à ideia de tirar Alckmin da chapa presidencial. O presidente do partido, Carlos Siqueira, ironizou a proposta petista: “O que o PT quer é isso (Alckmin como candidato a governador). O que o PSB quer é a manutenção dele na chapa no lugar que ele se encontra hoje (como vice)”.

Outro nome do PSB que pode entrar na disputa é o ministro da Microempresa e Empreendedorismo, Márcio França, mas setores do PT avaliam que ele não teria força para enfrentar Tarcísio.

No Senado, o PT já considera a eleição de um nome conservador para uma das vagas, com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e o secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, entre os possíveis candidatos da direita.

A candidatura de Haddad ao Senado seria vista como forte dentro da legenda, mas ele já teria sinalizado que deseja permanecer no Ministério da Fazenda, pelo menos até o fim do mandato de Lula.

O futuro de Alckmin e Haddad nas eleições de 2026 segue incerto, mas o PT sabe que precisa de candidatos competitivos em São Paulo para evitar um domínio absoluto da direita no estado.

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.