O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo (União), está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Panaceia, que apura suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo transações financeiras realizadas entre ele, seus filhos e terceiros. A investigação foi iniciada em fevereiro deste ano e está suspensa temporariamente por decisão judicial.
Conforme decisão do desembargador Marcus Vinícius Reis Bastos, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), a suspensão ocorre por possível usurpação de competência, já que Figueiredo, como secretário estadual, possui foro por prerrogativa de função.
Movimentações suspeitas
De acordo com relatório da PF, foram identificadas operações financeiras consideradas incompatíveis com a renda declarada do secretário e de seu filho, Renato Figueiredo. Entre março de 2021 e outubro de 2023, Figueiredo movimentou valores expressivos em sua conta bancária, incluindo uma operação de crédito de R$ 15 milhões vinculada a repasses do Ministério da Saúde.
Já seu filho realizou transações que somam R$ 329,7 mil, além de receber depósitos em espécie no valor total de R$ 157,5 mil, o que levantou suspeitas de tentativa de burla fiscal. Segundo o relatório, as movimentações não possuem justificativas econômicas ou legais claras.
Operação Panaceia
Deflagrada no início de dezembro, a Operação Panaceia investiga um esquema de fraudes em licitações relacionadas à pandemia. A ação resultou na prisão de Onair Nogueira, diretor do Hospital Regional de Cáceres, e no afastamento da secretária-adjunta de Saúde, Caroline Dobes. Em depoimento, Caroline afirmou que todas as assinaturas de contratos eram feitas diretamente por Gilberto Figueiredo.
A operação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, afastou dois servidores públicos e bloqueou R$ 5,5 milhões de contas de 12 investigados.
Defesa do secretário
Por meio de nota, Figueiredo afirmou ter tomado conhecimento do inquérito pela imprensa e declarou estar à disposição das autoridades para esclarecer as movimentações financeiras. "Todas as transações realizadas no âmbito familiar ocorreram de acordo com a legislação vigente", afirmou.
Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com Renato Figueiredo, filho do secretário.