O secretário estadual de Segurança Pública, coronel César Roveri, determinou nesta quarta-feira (13) a abertura de uma investigação pela Polícia Civil para apurar suspeitas de envolvimento do crime organizado na eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cuiabá.
A decisão veio após denúncia do prefeito eleito, Abílio Brunini, que relatou ao secretário tentativas de interferência por uma facção criminosa no processo eleitoral interno da Câmara.
Segundo o secretário Roveri, a Secretaria Adjunta de Inteligência da SESP elaborou um relatório com base nas informações apresentadas por Brunini.
O prefeito eleito alega que houve uma tentativa de compra de votos de vereadores, com ofertas de até R$ 200 mil, para que votassem em um candidato específico. De acordo com Brunini, o valor seria financiado por uma organização criminosa.
"A gravidade das denúncias nos levou a receber o prefeito eleito Abílio Brunini na SESP. Ele compartilhou informações sobre uma possível interferência de facções criminosas na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá. Embora ele ainda não tenha formalizado essas declarações, entendemos que as informações trazidas são sérias o suficiente para justificar a abertura de um inquérito e aprofundar as investigações", afirmou Roveri.
A iniciativa para dar suporte a essa investigação foi determinada pelo governador Mauro Mendes, que destacou a importância de preservar a independência do Legislativo local e impedir a ação de facções criminosas no âmbito político da capital.
As suspeitas de interferência criminosa na Câmara de Cuiabá já haviam sido levantadas anteriormente. O vereador eleito Rafael Ranalli (PL) também denunciou o envolvimento de facções no processo eleitoral, indicando que ao menos quatro vereadores eleitos teriam contado com o apoio dessas organizações nas eleições de outubro.
O caso desperta preocupações sobre a segurança e a integridade dos processos políticos no município, com o governo do Estado mobilizando forças para assegurar que as eleições da Câmara sejam conduzidas de forma legítima e transparente.
A Polícia Civil segue agora com a responsabilidade de conduzir a investigação, e novas informações devem ser divulgadas à medida que o inquérito avance.