Vereador Rafael Ranalli (PL)
O vereador de Cuiabá e policial federal Rafael Ranalli (PL), conhecido por seu posicionamento bolsonarista, negou nesta terça-feira (7) ter prometido "entregar nomes" de parlamentares eleitos com suposto apoio do Comando Vermelho (CV). A declaração veio após sua fala anterior gerar grande repercussão, na qual afirmou que cerca de quatro ou cinco vereadores da capital mato-grossense foram financiados pela facção criminosa.
Ranalli havia levantado a polêmica em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, ao alegar que vereadores foram eleitos com recursos do CV e que a facção teria intimidado eleitores durante a campanha.
"Nos bastidores da campanha, os vereadores eleitos sabem quem são. Cerca de quatro ou cinco foram eleitos com participação direta do Comando, seja pelo financiamento ou pela coerção da população nos bairros: 'Tem que colocar o adesivo, se tirar vai apanhar, se não votar vai apanhar, se não for na reunião vai apanhar'."
Na ocasião, Ranalli também afirmou que pretendia apresentar um projeto para criar um canal direto com a Polícia Federal para combater esse tipo de prática e responsabilizar os envolvidos.
No entanto, após ser questionado sobre a acusação durante a primeira sessão extraordinária da Câmara de Cuiabá, o vereador recuou. Ele alegou não se recordar de ter feito tais afirmações e acusou a imprensa de distorcer suas falas.
"Eu nunca falei que ia entregar nomes. Se falei, não me recordo. A imprensa precisa parar de colocar palavras na minha boca. Eu falo demais às vezes, mas sou formado em Direito, não sou débil mental," disse Ranalli.
O parlamentar ainda afirmou que já prestou depoimento à polícia sobre as denúncias que recebeu e reafirmou sua disposição em colaborar com as investigações, sem, contudo, citar nomes ou apresentar provas concretas.