O deputado estadual Júlio Campos (União) saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diante da recente denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além disso, anunciou que pretende articular, junto às assembleias legislativas estaduais, um movimento por uma anistia geral aos manifestantes que participaram dos atos de 8 de janeiro de 2023, com exceção daqueles que depredaram patrimônio público, os quais, segundo ele, devem cumprir uma "peninha".
"O país ficou muito radicalizado e, agora, piorando ainda, porque nesse inquérito feito pela Polícia Federal e, hoje, denunciado oficialmente em termos de processo pelo procurador da República com relação ao ex-presidente Bolsonaro e à equipe do seu governo.
Um possível golpe de estado sem participação militar, eu nunca vi golpe sem participação militar. Isso é muito ruim e vai conflitar mais na nação brasileira", afirmou o parlamentar.
Membro da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), Campos estuda apresentar uma proposta para que os parlamentos estaduais iniciem uma mobilização nacional a favor da anistia.
O encontro entre os deputados deve ocorrer na primeira semana de março.
"Eu acho que o Brasil todo, eu até vou sugerir que as Assembleias Legislativas dos estados comecem uma mobilização nacional pela anistia já. Porque foram muito pesadas as penas, muitas pessoas inocentes, que estavam lá apenas para um protesto normal, democrático e que foram levados para a cadeia e, agora, recebem 17 anos de prisão. Isso não é justo. O Supremo Tribunal Federal tem que fazer a dosimetria", defendeu.
Por fim, o decano reforçou que a pacificação do país depende de uma anistia ampla: "Só vai pacificar o Brasil, voltar a ter aquela tranquilidade que nós tínhamos até antes da eleição passada, com uma anistia ampla, geral e restrita para aqueles que não tinham crime.
Agora, os depredadores, aqueles bandidos que realmente cometeram crimes, esses podem cumprir uma penazinha".
Denúncia contra Bolsonaro
A PGR formalizou na terça-feira (18) uma denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas, acusando o ex-presidente de envolvimento na tentativa de golpe ocorrida após a posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro foi denunciado por cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O documento tem como base o inquérito que investigou a participação do ex-presidente e seus aliados, incluindo os ex-ministros e generais da reserva Braga Netto e Augusto Heleno.
