O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, criticou duramente o Grupo Carrefour e propôs um boicote às suas operações no Brasil. A declaração foi dada durante uma entrevista ao programa CNN Money, na qual o governador classificou a postura da rede como um ataque à economia do Mercosul e, consequentemente, ao agronegócio brasileiro.
“Estou propondo e liderando um boicote ao Carrefour e ao Atacadão, dando a eles a lei da reciprocidade”, afirmou Mendes, referindo-se à decisão anunciada pelo Carrefour na França, que deixará de comercializar carnes oriundas do Mercosul. O posicionamento da matriz francesa está relacionado a preocupações sobre o impacto ambiental e social de produtos vindos da região, além de refletir oposição ao acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
Repercussão no Brasil
Apesar do anúncio vindo da França, o Grupo Carrefour Brasil esclareceu que a decisão não está vinculada às suas operações no país. A empresa reforçou que mantém compromissos de sustentabilidade alinhados às condições locais e que continuará comercializando carnes brasileiras, as quais seguem padrões rigorosos de rastreabilidade e qualidade.
A declaração do governador reflete a crescente tensão entre autoridades brasileiras e setores europeus críticos às práticas ambientais do Brasil, especialmente no que diz respeito à preservação da Amazônia e à produção agropecuária. Mato Grosso, estado governado por Mendes, é um dos maiores produtores de carne do Brasil e tem grande dependência econômica do agronegócio, setor diretamente afetado por boicotes internacionais.
Contexto Internacional
A decisão do Carrefour francês ocorre em um momento de impasse no avanço do acordo de livre comércio entre Mercosul e UE, que enfrenta resistência de países europeus preocupados com o desmatamento e o cumprimento de compromissos ambientais por parte do Brasil. O veto à carne sul-americana é visto por analistas como um gesto político para pressionar o Mercosul a adotar práticas mais rigorosas em relação ao meio ambiente.