O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), descartou a possibilidade de um conflito comercial prolongado entre Estados Unidos e China, mas alertou para os impactos negativos que uma eventual trégua pode trazer para o Brasil, especialmente para o setor de exportação de commodities.

 

Durante entrevista coletiva nesta semana, Mendes afirmou que a ideia de que o Brasil pode se beneficiar de uma disputa entre as duas potências econômicas é um erro de análise.

 

“A China, que é a segunda força econômica mundial, depende muito dos Estados Unidos, e os Estados Unidos dependem muito da China. Imaginar que os dois vão brigar, fazer o jogo de perde-perde, para o Brasil ganhar com isso, eu acho que é uma análise muito equivocada”, destacou.

 

O alerta do governador veio após o recém-empossado presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um “tarifaço” sobre produtos chineses, com a imposição de uma taxa de 10% sobre importações.

 

Além da China, outros países como México e Canadá também foram afetados pela medida.

 

Mendes acredita que a taxação pode ser apenas uma estratégia de negociação e que, eventualmente, Estados Unidos e China chegarão a um acordo.

 

Caso isso aconteça, segundo ele, o Brasil pode sair prejudicado, principalmente no agronegócio, setor no qual Mato Grosso é um dos líderes nacionais em exportação.

 

“No final, eles vão se acertar, e se eles se acertarem - como Trump é um grande negociador - isso pode ser um grande problema para o Brasil, e principalmente para as exportações do negócio que é feito para o mercado chinês”, afirmou o governador.

 

Analistas internacionais corroboram essa visão, afirmando que as tarifas impostas por Trump não indicam necessariamente uma ruptura com os países afetados, mas sim uma tentativa de melhorar os acordos comerciais dos Estados Unidos.

 

Esse mesmo modelo de pressão já foi utilizado pelo governo norte-americano em negociações recentes com México, Canadá e Colômbia.

 

O setor de exportação brasileiro, em especial o agronegócio de Mato Grosso, segue atento aos desdobramentos da política comercial dos EUA e às reações da China, que é um dos principais compradores das commodities brasileiras.