A vereadora Aava Santiago (PSDB), de Goiânia, declarou apoio ao candidato petista Lúdio Cabral (PT) nas eleições para a Prefeitura de Cuiabá. Aava, que é evangélica e assembleiana, conhecida em sua cidade por seu perfil progressista, manifestou abertamente que considera Lúdio "a melhor escolha para a cidade". O posicionamento feito em vídeo rapidamente se espalhou por grupos de mensagens e redes sociais, causando desconforto entre eleitores cuiabanos, especialmente no segmento cristão, que em grupos de WHatsapp repugnaram a vereadora.
O apoio a Lúdio Cabral reflete seu alinhamento com pautas sociais e progressistas, que se alinham com as propostas do candidato do PT. A vereadora, que integrou a equipe de transição de Lula em 2022, é entusiasta de uma aproximação entre a esquerda e o segmento evangélico e defende que o governo dialogue diretamente com a "base das igrejas".
Em sua visão, esse é o caminho para conquistar corações e mentes em um setor tradicionalmente conservador, marcado por forte resistência ao PT. Esse apoio, no entanto, não veio sem um custo. Como evangélica e “filha de pastores”, Aava frequentemente ocupa uma posição contraditória dentro do PSDB, partido que historicamente mantém uma postura distanciada das pautas da esquerda. Sua postura pró-Lula e, agora, pró-Lúdio em Cuiabá, é vista como incômoda por colegas de partido, muitos dos quais a acusam de atuar mais como uma aliada enrustida do PT do que como uma representante das diretrizes tucanas.
Em recente entrevista para veículos de sua cidade ela disse: “Sou do PSDB, mas acredito na construção de pontes,” defendeu Aava, argumentando que a aproximação com lideranças de esquerda é uma estratégia para abrir novas frentes de diálogo nas igrejas evangélicas. Entretanto, seu apoio explícito a Lúdio Cabral causou repulsa entre eleitores evangélicos cuiabanos, que enxergam essa aproximação como incoerente e até mesmo uma traição ao segmento.
“Se é evangélica, como pode apoiar o PT?”, questiona um seguidor nas redes, refletindo o sentimento de muitos que veem a aliança com Lúdio como uma afronta às tradições religiosas que, para eles, repudiam o partido de Lula. Aava Santiago, que em outras ocasiões já causou polêmica ao se posicionar em favor de temas como a defesa da Palestina e a instalação de câmeras em uniformes policiais, mostra-se indiferente às críticas. Para ela, o mais importante é que seu mandato promova a justiça social, mesmo que isso a coloque em rota de colisão com outros representantes evangélicos e tucanos.
O Portal Bem Blogado, no dia 17/06 em uma matéria sobre a vereadora escreveu: Autodenominada “vereadora, socióloga, maloqueira e crente” ou “malocrente”, Aava está em seu primeiro mandato e é uma voz distinta no meio evangélico, majoritariamente bolsonarista. Defendendo bandeiras tradicionais da esquerda, como os direitos das mulheres, a escola pública e os direitos humanos, ela despertou o interesse de partidos como o PT, mas sua aproximação inicial com os petistas esfriou.
Hoje, Aava critica a forma como o presidente lida com o público evangélico. “Se não sou eu, o partido inteiro tinha ido com o Bolsonaro em 2022. Fui o único diretório que foi contra. Falam que eu sou petista enrustida, mas o Marconi me defende e me valida falando que eu tenho autonomia. Temos muito respeito mesmo com as divergências e tenho o encorajamento dele para defender o que eu acredito”, afirmou ela, que preside o PSDB de Goiânia.
Com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, Aava viraliza ao tratar de temas polêmicos como a PEC das Praias, defesa da Palestina e câmeras nos uniformes dos policiais. No ano passado, durante reuniões em Brasília com as ministras Cida Gonçalves (Mulheres) e Anielle Franco (Igualdade Racial), Aava apresentou uma proposta para ajudar na aproximação com religiosos.
Inf. Bem Blogado