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POLÍTICA NACIONAL Domingo, 09 de Fevereiro de 2025, 13:37 - A | A

Domingo, 09 de Fevereiro de 2025, 13h:37 - A | A

PESQUISA APONTA

Crescimento da população evangélica amplia risco de derrota para Lula

Lula enfrenta hoje uma avaliação abaixo da média entre os evangélicos, enquanto entre os não evangélicos sua aprovação é superior à média geral.

 

O estudo realizado pela Mar Asset Management traz dados preocupantes para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à sua reeleição em 2026. A pesquisa não só aponta o crescimento da população evangélica no Brasil como uma ameaça ao segundo mandato de Lula, mas também revela que sua popularidade atualmente está abaixo do nível necessário para garantir sua vitória.

 

De acordo com a análise, Lula precisaria atingir pelo menos 41% de aprovação do eleitorado no conceito de ótimo/bom e converter 87% desses votos para ter chances de se reeleger. No entanto, o cenário atual é preocupante: o último levantamento da Quaest/Genial, divulgado em 27 de janeiro, mostrou que apenas 31% do eleitorado avalia positivamente o governo petista, bem abaixo da marca necessária.

 

O estudo da Mar Asset Management indica que, em 2026, a população evangélica no Brasil representará 35,8% do total, um aumento de 3,7 pontos percentuais em relação a 2022. Em 2022, os evangélicos correspondiam a 32,1% da população. A pesquisa alerta que o crescimento dessa parcela da população pode impactar negativamente o desempenho eleitoral do PT, dado que o voto evangélico tem se distanciado cada vez mais do Partido dos Trabalhadores, especialmente desde as eleições de 2018.

 

Para fundamentar essa análise, os pesquisadores recorreram a dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a população evangélica entre 2000 e 2010, e compararam a expansão de templos religiosos com as intenções de voto no PT. O estudo revelou uma correlação entre a maior densidade de templos evangélicos por 100 mil habitantes e a menor proporção de votos para o partido de Lula. A cada ano, cerca de 5 mil templos evangélicos são inaugurados no Brasil, o que contribui para o crescimento da influência desse segmento no cenário político.

 

Esse fenômeno teve reflexos diretos nas últimas eleições. Em 2022, Lula obteve 50,9% dos votos válidos, mas caso a população evangélica tivesse a mesma proporção que se espera em 2026, esse percentual teria caído para 49,8%, o que alteraria o resultado da eleição. O estudo mostra que o aumento da população evangélica tem o potencial de mudar o equilíbrio de forças nas urnas, o que pode dificultar a reeleição de Lula.

 

A pesquisa também detalha a mudança na avaliação dos presidentes pelos evangélicos. Até 2014, o voto dessa parcela da população era relativamente equilibrado entre o PT e seus adversários. Contudo, com a ascensão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se aproximou dos valores evangélicos, essa dinâmica se alterou drasticamente. Durante seu mandato, Bolsonaro recebeu uma avaliação positiva maior entre os evangélicos do que entre os não evangélicos. Com a mudança de governo, a tendência se inverteu, e Lula enfrenta hoje uma avaliação abaixo da média entre os evangélicos, enquanto entre os não evangélicos sua aprovação é superior à média geral.

 

A análise também revela uma mudança significativa no espectro político brasileiro nos últimos anos. Nos últimos dez anos, houve uma migração clara do voto para a direita, com os partidos conservadores recebendo 43% dos votos em 2024, um crescimento em relação aos menos de 20% obtidos em 2012. Por outro lado, a esquerda viu sua participação nas eleições despencar, caindo de 37,8% em 2004 para 20,5% em 2024.

 

 

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