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A possível indicação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para um ministério no governo Lula está gerando divergências tanto dentro do PSOL quanto no PT. O parlamentar, que é um dos principais nomes da esquerda e ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), foi sondado pelo presidente para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, pasta responsável pela articulação com movimentos sociais.
Embora Lula veja Boulos como uma peça-chave para fortalecer o diálogo com setores populares, a ideia não é unanimidade dentro da esquerda.
Resistência dentro do PSOL
No próprio PSOL, partido de Boulos, há divisões sobre a possibilidade de integrar o governo petista. A ala majoritária, à qual o deputado pertence, defende uma maior aproximação com o governo, enquanto a ala minoritária resiste, argumentando que o partido deve manter independência e não se associar integralmente a um governo que inclui o Centrão.
“O Boulos tem uma política de aproximação bem forte com o PT, então não é algo impossível de acontecer. Mas eu não acho que figuras do PSOL devem estar dentro do governo PT, ainda que tenhamos batalhado para eleger Lula contra o bolsonarismo”, afirmou um integrante da legenda.
PT quer manter controle da pasta
Já dentro do PT, a principal resistência vem do desejo de manter o comando da Secretaria-Geral da Presidência com um nome do próprio partido
. A sigla avalia que se trata de uma pasta estratégica, que tem papel fundamental na articulação política, e que sua liderança deve continuar com um petista.
A disputa interna reflete não apenas a divisão da esquerda sobre a relação entre PSOL e PT, mas também as movimentações políticas em torno da candidatura de Boulos à Prefeitura de São Paulo em 2024, onde ele conta com apoio do presidente Lula.
A decisão final sobre a nomeação ainda não foi tomada, mas a resistência dentro dos dois partidos pode dificultar a entrada de Boulos no governo.
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