Câmeras de segurança capturaram imagens que colocam em xeque a versão de que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, tenha realizado um ataque terrorista ao Supremo Tribunal Federal (STF), seguido de suicídio. As gravações, em anexo a matéria , mostram um cenário que contradiz diretamente a narrativa amplamente divulgada.
As imagens mostram Francisco, visivelmente desorientado e portando fogos de artifício; ele entra na Praça dos Três Poderes e vai em direção à estátua da Justiça, que fica na frente do STF. As imagens mostram que ao se aproximar da estátua ele acende os rojões e os lança contra a estátua – em nenhum momento ele se dirige ao STF.
Em seguida, Francisco é abordado pela equipe de segurança. Poucos segundos depois, é possível observar o homem sendo atingido por disparos e caindo ao chão. No momento da queda, os fogos que ele carregava explodem próximos à sua cabeça.
Ainda não há confirmação oficial da perícia sobre a causa da morte — se decorrente dos disparos ou da explosão. Contudo, o material visual revela que Francisco foi alvejado antes da detonação dos fogos.
A versão oficial divulgada até então descrevia Francisco como um suposto terrorista responsável por explosões coordenadas: uma no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados e outra próxima ao STF. Ambas teriam ocorrido com um intervalo de apenas 20 segundos. Segundo as autoridades, o homem, já identificado como chaveiro de Santa Catarina, teria realizado os ataques de maneira premeditada.
O boletim de ocorrência registrava Francisco como responsável pela explosão do veículo no estacionamento, descrito como um ato terrorista. No entanto, essas novas imagens apontam para um cenário mais complexo: em vez de um ataque coordenado, o que parece emergir é um episódio isolado envolvendo um indivíduo com claros sinais de desequilíbrio mental.
Conhecido como "Tiu França", Francisco era natural de Santa Catarina, chaveiro de profissão. Ele vivia sozinho e, segundo familiares, apresentava sinais de problemas mentais. Seu irmão relatou que Francisco tinha dois filhos adultos, mas estava distante deles e dos círculos sociais.
As imagens reacenderam o debate sobre a gestão da segurança e a transparência nas investigações de incidentes envolvendo prédios públicos em Brasília. Além disso, há questionamentos sobre o uso da força letal pela segurança. Por que Francisco foi abatido a tiros, quando estava armado apenas com rojões? Essas novas evidências colocam a narrativa oficial sob escrutínio e reforçam a necessidade de uma investigação independente e transparente.