Com quase 80% das mortes por chikungunya registradas em todo o Brasil, Mato Grosso enfrenta uma epidemia alarmante da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com o Ministério da Saúde, o estado já confirmou 41 óbitos desde o início do ano, enquanto outros 23 ainda estão sob investigação. São, em média, três mortes por semana.
Ao todo, Mato Grosso já contabiliza cerca de 30 mil casos prováveis da doença, o que representa 300 notificações por dia, ou 12 a cada hora. O estado lidera o ranking nacional de mortalidade e tem a maior taxa de incidência: 795,4 casos a cada 100 mil habitantes, conforme aponta o Painel de Monitoramento das Arboviroses, atualizado em 13 de abril.
A capital mato-grossense, Cuiabá, é o epicentro da crise sanitária, com 23 mortes confirmadas. Outros municípios que também registraram óbitos incluem Várzea Grande (8), Chapada dos Guimarães, Cláudia, Colíder, Sinop, Rondonópolis, Pedra Preta, Jaciara e Dom Aquino.
Em comparação, a dengue soma 22 mil casos prováveis, com 11 mortes confirmadas e outras 10 em análise. É a primeira vez que a chikungunya supera a dengue em número de mortes e infecções no estado.
No cenário nacional, o Brasil confirmou 53 mortes por chikungunya em 2025. Destas, 41 ocorreram em Mato Grosso. Os demais estados com registros de óbitos são São Paulo (4) e Rio de Janeiro (2). Outros 53 casos seguem sob investigação em todo o país.
A chikungunya pode provocar sintomas intensos, principalmente nas articulações. Entre os mais comuns estão febre alta, dores e inchaços nas articulações, dores musculares, erupções cutâneas, dor de cabeça, conjuntivite não-purulenta, náuseas e diarreia — essa última mais frequente em crianças.
Embora a vacina contra a dengue esteja disponível no SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, a principal arma contra as arboviroses ainda é a prevenção, com a eliminação de criadouros do Aedes aegypti.
As autoridades de saúde reforçam o apelo à população: evitar água parada, tampar caixas d’água, limpar calhas e descartar corretamente recipientes que possam acumular líquidos. A responsabilidade coletiva é essencial para frear o avanço da doença em Mato Grosso.
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