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DANIELLE BARBATO Terça-feira, 08 de Outubro de 2024, 11:21 - A | A

Terça-feira, 08 de Outubro de 2024, 11h:21 - A | A

POR DANIELLE BARBATO

Análise: Os vencedores e os perdedores das eleições municipais

Danielle Barbato

 

Por Danielle Barbato*


Num breve balanço das eleições realizadas no último domingo, podemos concluir que houve um fortalecimento de partidos de direita e de centro, enquanto o PT amargou grande derrota nas capitais brasileiras. Houve uma verdadeira ‘despetização’: o PT não elegeu prefeitos em nenhuma capital.

 

Com um desempenho abaixo do esperado, o PT só tem chances de vitória no segundo turno em quatro capitais, onde não lidera nenhuma das disputas - Natal, Cuiabá, Fortaleza e Porto Alegre, todas com posições de desvantagem frente aos candidatos de direita e outros de centro - sinalizando uma fase de enfraquecimento histórica da legenda.

 

Não menos importante, em São Paulo, que acaba sendo um reflexo da política nacional, 29% votaram em Guilherme Boulos - um invasor, comunista, sem conquistas, sem carreira, sem patrimônio, de ideias progressistas -, enquanto 29,5% votaram em Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro e pelo governador Tarcísio de Freitas. Ou seja, a população novamente é refém do atual prefeito que possui a máquina pública nas mãos pra se reeleger e de um comunista ameaçador pro futuro do país.

 

Por sua vez, o Partido Liberal (PL), sob a liderança de Valdemar Costa Neto e com forte influência de Jair Bolsonaro, alcançou 510 prefeituras no primeiro turno, mais que o dobro do número conquistado pelo PT de Lula. O partido obteve 15,7 milhões de votos, ocupando a primeira posição em número de votos para prefeitos no Brasil.

 

Isso nos diz algo para 2026? Sem dúvida.

Mas vejam que não se trata apenas de uma queda lenta do PT nas lideranças municipais. O fato de o PL ter aumentado seus candidatos eleitos exsurge um problema até então não notado: o avanço do centrão.

 

Isso porque, a esquerda “assumida” (PT, PSOL) é facilmente identificada e combatida pela direita “assumida” (PL, Novo etc.). O que poucos percebem são os políticos do centrão, que não se expõem da mesma forma que os dois “extremos” e votam conforme seus partidos políticos, que na prática, são do espectro de esquerda. Acaba que eles passam despercebidos - nas votações importantes - pela maioria da população, mas se mostram tão danosos quanto a esquerda.

 

Podemos dizer, que o mesmo sucesso da direita foi alcançado pelo Centrão, com o PSD do Kassab ficando com o maior número de municípios, seguido por outros representantes da oligarquia política que manda no país desde sempre: MDB, PP, União Brasil e Republicanos.

 

As eleições de 2024, portanto, evidenciam uma fase de expansão do PL e de partidos de centro, enquanto o PT enfrentou derrotas e desafios crescentes para manter sua base em cidades que outrora lhe eram favoráveis. O desempenho do partido de Bolsonaro nas capitais e grandes cidades indica um avanço relevante no cenário político nacional, possivelmente refletindo as preferências do eleitorado rumo a um espectro político mais conservador.

 

A esquerda foi a grande perdedora. Mesmo estando com a máquina federal na mão, o PT avançou pouco no número de prefeituras, tendo um desempenho pífio nas capitais e grandes cidades. O PSDB segue em processo de extinção, e outros partidos satélites do PT encolheram, com exceção do PSB.

 

Não podemos esquecer que o Brasil segue muito distante da normalidade democrática: a direita continua sendo perseguida, censurada e presa, e o próprio ex-presidente Bolsonaro segue sob o espectro da prisão. É preciso lembrar que o PRINCIPAL agente dessa perseguição é o próprio Centrão, que faz um jogo de domesticação da direita.

 

Mas e a parte boa? É que o número de pessoas “competentes” que foram eleitas aumentou consideravelmente, principalmente vereadores, o que é algo a ser comemorado. Após o 2º turno teremos uma visão mais clara do que vão ser esses próximos 2 anos até 2026.

 

*Danielle Barbato é advogada especializada em Direito Civil e Processo Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, Direito Imobiliário e Gestora Condominial.

 

 
 

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Lourdes Maria Coutinho 09/10/2024

Excelente!!!!

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ALAN 09/10/2024

Bela análise, mas quem perde realmente nesse jogo de carta marcada é a população, que amarga os reflexos da corrupção e da péssima gestão pública...

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2 comentários