O setor de alimentação fora do lar atualmente emprega 4,79 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE. O perfil desses trabalhadores, analisado a partir de um levantamento feito pela FGV em parceria com a Abrasel, reforça o papel dos bares e restaurantes como porta de entrada para o mercado de trabalho.
Contudo, o estudo mostra que o setor também enfrenta desafios para se adaptar às mudanças no mercado de trabalho. Segundo a presidente da Abrasel regional Mato Grosso, Lorenna Bezerra, as empresas têm lidado com dificuldades para manter equipes fixas, mas continuam desempenhando um papel essencial na geração de emprego e renda.
“A pesquisa mostra que, mesmo enfrentando dificuldades, seguimos promovendo o fortalecimento das empresas e da economia do país. As pessoas estão imediatistas e preferindo trabalhar por diária a ter que esperar pelo salário no final do mês. Por isso, o setor sofre com a escassez de mão de obra, e o empresário fica sem saber se pode contar com aquele colaborador no dia seguinte. Ainda assim, seguimos promovendo o fortalecimento das empresas e a economia do país”, afirma Lorenna.
Segundo o levantamento, realizado a partir de informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), 57% das contratações formais em 2024 foi de jovens entre 18 e 24 anos, enquanto a idade média de quem trabalha no setor é de 34 anos.
Entretanto, tem-se observado um aumento de pessoas com mais de 40 anos trabalhando no setor. Em novembro de 2024, mais de 2.500 trabalhadores foram contratados com vínculo formal nessa idade, correspondendo a um aumento de 55% em relação a novembro de 2023.
Outro destaque do estudo é o avanço na diversidade. Mulheres já representam 49% da força de trabalho no setor, sendo maioria no mercado formal (55%). A participação de pretos e pardos também cresceu, passando de 58% em 2017 para 63% em 2024, e a escolaridade média dos trabalhadores subiu de 10,2 para 10,7 anos de estudo.
“O setor é uma porta de entrada para milhões de brasileiros, mas a informalidade, que atinge 41% dos trabalhadores, ainda é uma barreira que precisamos enfrentar. A desoneração da folha de pagamento e a ampliação do trabalho intermitente podem ser alternativas importantes para equilibrar essa situação”, destaca Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.Não