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GERAL Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023, 09:28 - A | A

Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023, 09h:28 - A | A

Geral

Casas Bahia tenta sair da crise com móveis e eletro e abandona xampu e uísque

A varejista Casas Bahia retomou antigas referências da marca, numa espécie de volta ao passado, explorando aspectos anteriores aos períodos de crise da empresa, quando era comandada pela família Klein. A companhia anunciou nesta quarta-feira (20), em entrevista a jornalistas, que voltará a utilizar o slogan “Dedicação total a você” em campanhas de marketing, e retomará as propagandas com Fabiano Augusto, que por anos foi a “cara” da empresa nas ações de comunicação do grupo. O movimento ocorre em meio a um plano de reestruturação já em andamento que envolve revisão de gastos em marketing, com corte de custos em várias áreas. Na prática, a mudança vai em linha com a política da nova gestão, com novos diretores no comando há quatro meses, de tornar a companhia um negócio menor, mais focado naquilo que é “core”, gastando menos e focado mais em rentabilidade, do que em crescimento. A empresa já anunciou as linhas centrais desse plano na teleconferência de resultados do segundo trimestre. "Lá atrás, quando mudamos o nome de Via Varejo para Via viramos uma plataforma para fazer de tudo, e não só varejo. Criamos uma holding e cada negócio tinha o seu papel e uma super plataforma seria criada. Agora, o que a gente quer deixar claro é que queremos fazer varejo, que é nossa força”, diz Renato Franklin, CEO do Grupo Casas Bahia. Nos últimos anos, a meta era a criação de uma estrutura digital dentro de um ecossistema cuja operação de varejo estava no centro do negócio, só que a estratégia consumiu milhões em recursos por anos, e tem sido duramente criticada pelo mercado de dois a três anos para cá. “A companhia ficou atrasada no on-line e não está mais assim. O problema é que estávamos gastando muito dinheiro para construir muitas coisas. Isso é uma briga insalubre e você vai queimar dinheiro sem parar. Mas se você vai para um lado fora disso, que sempre foi nosso diferencial como Casas Bahia, isso é oceano azul”, diz ele. O que a gente consegue fazer é ganhar dinheiro vendendo televisão, geladeira. Claro que fazer inovação, mas para melhorar processos e para ser mais eficiente naquilo que sou forte”, afirmou. Segundo ele, um dos problemas que a empresa tem é trazer consistência e uma das formas de resolver isso é voltar ao básico numa agenda de longo prazo. “O que fiz foi simples, parar o que se perde dinheiro, para transformar os números de forma mais rápida.” Consumo de caixa O grupo informou que, até 2025, deve estar gerando caixa, e é possível que consiga reduzir esse nível de consumo de capital em 2024, com as medidas do plano de reestruturação, que envolvem redução de estoques, fechamento de lojas, saída de atividades que dão prejuízo ao negócio, entre outras. Franklin disse que a retomada do crescimento ocorrerá após 2025, depois que a nova gestão “arrumar a companhia”. Isso não quer dizer que a empresa não terá expansão em seus números, só que o foco será em reorganizar os negócios para gerarem caixa e rentabilidade. O executivo comentou sobre a questão financeira e das dívidas do grupo. Dias atrás, a agência de rating S&P decidiu rebaixar as notas de crédito de certificados de recebíveis imobiliários (CRI), após a redução do rating corporativo do grupo no dia 8 de setembro, como reflexo da piora dos índices de alavancagem da varejista. Por conta disso, detentores de uma emissão de CRIs, cuja securitizadora é a Opea, decidiram convocar assembleia para deliberar sobre uma eventual declaração de vencimento antecipado. Pelas regras da emissão, um rebaixamento do rating em três ou mais níveis em relação ao rating nacional é uma hipótese de vencimento antecipado dos títulos. A S&P reduziu o rating dos títulos de ‘brAA- (sf)’ para ‘brA- (sf)’, e por isso os investidores decidiram chamar a assembleia. Há uma baixa expectativa na empresa hoje de que os detentores do papel possam pedir antecipação de vencimento. “Não faz sentido, seria ruim para eles seguir esse caminho. Estamos mostrando que a empresa tem um plano e precisa de algum tempo para se recuperar”, diz uma fonte próxima da varejista. Questionado sobre o risco de ter que lidar com novas antecipações de vencimento de dívidas, por uma eventual quebra de covenants (indicadores financeiros que tem que ser respeitados pelas empresas junto a credores), Franklin entende que não há esse risco. “Nossa relação divida e Ebitda [um dos indicadores que precisam ser respeitados em emissão de debêntures, por exemplo] é de 3,5 vezes no contrato e hoje está em 0,8”, diz. O CEO ainda disse que a redução nos estoques de produtos, parte do plano de entrada de caixa novo na Casas Bahia, está em andamento e está abaixo de 100 dias de vendas. A ideia é chegar a 90 dias nesse ano. Valor    

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