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GERAL Sexta-feira, 15 de Novembro de 2024, 14:05 - A | A

Sexta-feira, 15 de Novembro de 2024, 14h:05 - A | A

QUERENDO PRIVILÉGIO

Feminicida tenta evitar retorno à prisão após cirurgia de cataratas

A cirurgia de cataratas do réu está marcada para a próxima terça-feira (19) em um hospital privado de Cuiabá

 

O feminicida Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 59 anos, voltou a solicitar à Justiça a permanência em prisão domiciliar, desta vez por 30 dias, alegando necessidades médicas.

 

A cirurgia de cataratas do réu está marcada para a próxima terça-feira (19) em um hospital privado de Cuiabá.

 

No entanto, o Ministério Público Estadual (MPE) já manifestou parecer contrário ao pedido, apontando tentativa de obter privilégios indevidos.

 

Bezerra é acusado pelo feminicídio da ex-companheira Thays Machado, de 44 anos, e do namorado dela, William Cesar Moreno, de 30.

 

O crime, ocorrido em janeiro de 2023, foi executado com tiros em via pública, motivado por ciúmes.

 

O réu encontra-se preso na Penitenciária Ahmenon Lemos, em Várzea Grande, aguardando julgamento pelo Tribunal do Júri.

 

Segundo o promotor Jaime Romaquelli, a defesa de Bezerra tenta atrasar o processo com recursos judiciais e apelos por benefícios.

 

Ele lembrou que o réu, mesmo em prisão domiciliar anterior, desrespeitou as condições impostas, sendo flagrado circulando pela cidade com seguranças armados.

 

A defesa anexou ao processo declarações médicas que apontam a necessidade de repouso em ambiente limpo e controlado após a cirurgia, condições que, segundo eles, não são atendidas no presídio.

 

O advogado Francisco Faid citou irregularidades na penitenciária, como infestação de ratos e insetos, constatadas em vistoria do Conselho Penitenciário de Mato Grosso.


O MP, por outro lado, argumentou que a cirurgia de cataratas é um procedimento simples e que o presídio pode oferecer condições mínimas para a recuperação do réu.

 

“Nada impede que o preso promova a limpeza da própria cela, garantindo higiene adequada”, sugeriu Romaquelli.

 

Como alternativa, o MP propôs a transferência para presídios com maior infraestrutura, como a PCE (Cuiabá) ou a unidade de Mata Grande, em Rondonópolis.


Bezerra é filho do ex-governador e ex-senador Carlos Bezerra, e sua prisão trouxe à tona discussões sobre privilégios no sistema judiciário.

 

O promotor Romaquelli ressaltou que a ação penal caminha para o júri popular, atrasada apenas pelas manobras da defesa.

 

“Após cometer dois homicídios, o réu acredita estar acima da lei. Esse pedido de prisão domiciliar é mais uma tentativa de escapar das consequências de seus atos”, afirmou o promotor.

 

O caso tem atraído grande atenção da opinião pública em Mato Grosso, refletindo debates sobre impunidade e privilégios no sistema de justiça penal.

 

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