Um relatório psiquiátrico apresentado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) recomendou a alta hospitalar de Lumar Costa da Silva, internado há mais de um ano no Hospital Psiquiátrico Estadual Adauto Botelho após cometer um crime bárbaro contra sua tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos.
O caso, que chocou a cidade, reacendeu o pânico entre os familiares da vítima, que temem a possível reintegração do agressor à sociedade.
Lumar matou sua tia a facadas e entregou o coração da vítima à sua filha, Patrícia Cosmos, que descreveu o impacto emocional do crime e a sensação de insegurança com a possível liberação.
"Esse pânico sempre vai estar entre nós. Minha paz acaba ao saber que ele está solto", afirmou.
O laudo médico elaborado por Pedro Henrique de Abreu Balata sugere que, apesar da gravidade do ato e da necessidade de supervisão contínua, Lumar está apto a receber alta do regime de internação.
A recomendação é que ele continue em tratamento ambulatorial intensivo no CAPS, acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
O paciente apresenta estabilidade clínica, sem sinais de delírios ou alucinações, graças ao uso de medicação regular e ao acompanhamento psiquiátrico.
No entanto, o parecer também alerta que Lumar sofre de um transtorno afetivo bipolar crônico e incurável, que exige monitoramento constante para evitar recaídas ou novos episódios psicóticos.
Apesar disso, os profissionais do hospital destacaram que ele se mostra calmo e com discurso lógico, características que embasaram a decisão médica.
A perícia ainda será analisada pelo Ministério Público antes de seguir para uma decisão final da Justiça.
Familiares da vítima continuam expressando temor, especialmente com a possibilidade de Lumar ser acolhido por parentes em São Paulo após a alta, conforme indicado no relatório.
O crime ocorrido dentro da residência de Maria Zélia em Cuiabá permanece como uma lembrança traumática para os envolvidos.
O caso levanta debates sobre a reintegração de pessoas com transtornos psiquiátricos que cometeram crimes graves e os desafios de garantir a segurança da sociedade e a recuperação dos pacientes.