O Supremo Tribunal Federal (STF) deflagrou um importante desdobramento na Operação Sisamnes ao determinar o bloqueio de R$ 7 milhões nas contas de Andreson de Oliveira Gonçalves, um lobista de Mato Grosso, e de sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves.
A decisão, proferida pelo ministro Cristiano Zanin, foi tomada após a prisão de Andreson pela Polícia Federal (PF), que investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais envolvendo diversas figuras do judiciário e do setor privado.
De acordo com as informações, Zanin mandou bloquear R$ 6 milhões das contas pessoais de Gonçalves e de cinco empresas nas quais ele é sócio.
As empresas afetadas pelo bloqueio incluem Florais Transportes Eireli, Bioflex Agroindústria Energia Renovável LTDA, Florais Táxi Aéreo LTDA, Agropecuária 3 Amigos LTDA e Coimbra Empreendimentos Imobiliários LTDA.
Já a advogada Mirian teve suas contas bloqueadas em R$ 1 milhão.
A operação, que visa desmantelar um grupo que supostamente comercializa sentenças no Superior Tribunal de Justiça, revelou que Andreson é considerado um dos principais operadores do esquema, sendo indiciado por 12 crimes distintos no inquérito em curso.
Além de Gonçalves, O STF também autorizou o bloqueio de R$ 2 milhões das contas de Daimler Alberto de Campos, que era chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti, e R$ 500 mil das contas de Márcio José Toledo Pinto, ex-assessor nos mesmos gabinetes, ambos também alvos de operações de busca e apreensão.
A PF cumpriu mandados em diversos endereços, incluindo as residências e gabinetes dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, que estão afastados desde agosto após surgirem em investigações do esquema de corrupção.
O escopo das buscas abrangeu estados como Mato Grosso, Pernambuco e o Distrito Federal, visando recolher provas materiais como celulares, computadores e outros dispositivos.
A ação da PF, que investiga crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional, sublinha a urgência das autoridades em esclarecer as intricadas relações que permeiam a venda de sentenças, uma prática que compromete a integridade da Justiça no Brasil.
Com essas movimentações, o governo busca restabelecer a confiança nas instituições e assegurar que desvios de conduta não fiquem impunes, em um momento crítico para o enfrentamento da corrupção no país.