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POLICIAL Sábado, 05 de Outubro de 2024, 08:29 - A | A

Sábado, 05 de Outubro de 2024, 08h:29 - A | A

ITENS DE LUXO

Operação Xeque-Mate: réus seguem sem julgamento quase dois anos após operação

As investigações também revelaram que a quadrilha comprava itens de luxo, como joias e diamantes, com o dinheiro obtido das atividades criminosas, e alguns integrantes faziam ofertas de revenda para traficantes de drogas da região.

 

Quase dois anos após a deflagração da Operação Xeque-Mate, os réus acusados de movimentar R$ 70 milhões em uma rede criminosa de roubo e furto de defensivos agrícolas ainda aguardam julgamento. A operação, realizada pela Polícia Civil em novembro de 2022, resultou em oito pessoas sendo formalmente acusadas, mas o processo continua em andamento sem uma data prevista para o julgamento na Justiça de Sinop.

 

A quadrilha é acusada de receptar defensivos agrícolas e cargas de grãos roubados, repassando esses produtos para produtores rurais que abasteciam a cadeia criminosa. Além disso, a organização atuava na lavagem de dinheiro obtido com essas transações ilícitas.

 

Processo Lento e Réus em Liberdade


Apesar da gravidade das acusações, a maior parte dos réus está em liberdade desde agosto de 2023, quando o processo ainda tramitava na 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Para garantir a liberdade provisória, alguns dos acusados, como Ângelo Henrique Markoski da Cunha, Danilo Pereira de Lima, Rodrigo Calça e Sandoval de Almeida Junior, tiveram que pagar fianças de R$ 10 mil e utilizar tornozeleiras eletrônicas.

 

No entanto, o processo tem sido marcado por sucessivos atrasos e decisões que flexibilizam as condições dos réus. Em agosto de 2024, o juiz Anderson Clayton Dias Batista determinou a retirada da tornozeleira eletrônica de Valdelirio Krug, que já estava em liberdade. Além disso, autorizou que Ângelo Henrique Markoski da Cunha viajasse ao Chile no fim de agosto, mesmo respondendo ao processo.

 

Outro réu, Sandoval de Almeida Junior, também conseguiu retirar a tornozeleira ao longo de 2023. Em alguns casos, as fianças chegaram a 50 salários mínimos.

 

Tentativa de Prisão e Descumprimento de Medidas


Rodrigo Calça, um dos réus, foi novamente alvo de uma ordem de prisão em julho de 2024, por descumprir determinações judiciais e não reinstalar a tornozeleira. Mesmo com a tentativa de manter medidas restritivas, a maioria dos acusados está livre, aguardando o desfecho do caso.

 

Operação Xeque-Mate: O Início


A Operação Xeque-Mate foi deflagrada no dia 4 de novembro de 2022 pela Delegacia de Sorriso. A ação cumpriu 10 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão, além de afastamentos de sigilo e sequestro de bens. A investigação desvendou uma rede de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais, que movimentou R$ 70 milhões.


Entre os investigados, destacam-se pessoas que, à primeira vista, não levantariam suspeitas. Um dos réus, professor da educação básica, declarou à Receita Federal um rendimento de R$ 10 mil mensais, mas sua conta bancária mostrou movimentações de R$ 6 milhões em 38 meses. Outro envolvido, que trabalhava em uma farmácia com salário de R$ 2,4 mil, movimentou R$ 1,4 milhão em sua conta, vivendo em uma casa avaliada em R$ 500 mil.


As investigações também revelaram que a quadrilha comprava itens de luxo, como joias e diamantes, com o dinheiro obtido das atividades criminosas, e alguns integrantes faziam ofertas de revenda para traficantes de drogas da região.


Mesmo com a gravidade dos crimes e o vasto volume de provas, o processo segue se arrastando, sem data definida para julgamento, deixando em aberto o destino dos réus.

 

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