O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), fez declarações contundentes nesta sexta-feira (7) ao comparar os crimes cometidos por facções criminosas às atrocidades medievais, citando atos brutais como queimar corpos e arrancar órgãos das vítimas.
A afirmação ocorreu durante a posse do novo procurador-geral de Justiça do estado, Rodrigo Fonseca.
Mauro Mendes destacou que as facções se consolidaram ao longo de 30 anos, período em que o Estado brasileiro não conseguiu contê-las.
Segundo ele, essas organizações dominaram não apenas os presídios, mas também as periferias das cidades, utilizando o medo como principal instrumento de controle sobre a população.
“O terror que eles praticam nos remete à Idade Média, crimes que assistimos em filmes, mas que eles cometem diariamente. Queimam corpos, arrancam corações e fazem todo tipo de atrocidade para dominar pelo medo”, afirmou o governador.
Além disso, Mendes criticou as leis brasileiras, que, segundo ele, não reconhecem essas facções como organizações terroristas.
Ele reforçou a necessidade de mudanças legislativas para combater com mais rigor a atuação do crime organizado e cobrou uma resposta do Congresso Nacional.
“As facções criminosas nos amedrontam, praticam atos como se fossem terroristas, como para mim o são, mas, pela lei brasileira, não são”, disse. “O Congresso Nacional tem a missão de mudar algumas leis para que possamos combater isso.”
Por sua posição geográfica, Mato Grosso é um ponto estratégico para o tráfico internacional de drogas e armas, o que intensifica os confrontos entre facções pelo controle do território.
Para tentar conter a violência, o governo estadual lançou o programa Tolerância Zero ao Crime Organizado, voltado ao enfrentamento dessas organizações.
Apesar das medidas, Mendes segue pressionando por mudanças no Código Penal, que considera defasado diante da nova realidade do crime no país.